A EN125



Se não fosse o oportunismo de alguns, que usaram os problemas jurídicos que envolvem a EN125 e usaram os buracos no asfalto para se armarem em representantes de quem não os elegeu, talvez para promoção pessoal e até para lançarem ambições pessoais no domínio da política, talvez existissem condições para um debate sério e honesto em torno do problema. Em vez de desenhadores de rotundas e de pretensos estadistas de aldeia, houvesse espaço para um diálogo intermunicipal envolvendo os concelhos de VRSA, Castro Marim, Tavira e Olhão.

No passado a EN125 era uma estrada nacional que atravessavando algumas aldeias, como as Hortas, a Aldeia Nova, Altura ou as Cevadeiras, permitia circular a velocidades razoáveis. Nela conviviam pessoas que caminhavam nas beiras, bicicletas, motorizadas e veículos de tração animal, camiões de transporte de mercadorias, para além das muitas camionetas da Rodoviária Olhanense.

Hoje esta estrada tem muitos estrangulamentos, está saturada, circula-se a velocidades reduzidas, sendo cada vez mais perigosos circular a pé nas bermas ou de bicicleta. Isto é, agora que aumentou exponencialmente a densidade populacional, quando o número de carros por 1000 habitantes aumentou para números inimagináveis no passado, com necessidades crescentes de utilização da via para assegurar a logística de distribuição necessária ao abastecimento das populações, a estrada está com cada vez mais nós cegos e maltratada.

O problema é mais sério do que uma rotundazinha na Praia Verde ou de um tapete novo, a EN125 serve uma zona de grandes investimento num setor estratégico para o país e como tal deve ser abordada. É preciso assegurar conforto a quem vive nas suas proximidades, assegurar boas condições ambientais na sua envolvente, criar condições para assegurar a fluidez do trânsito a velocidades aceitáveis, proporcionar condições para os muitos residentes e turistas que para as pequenas deslocações preferem andar a pé ou usar a bicicleta.

A solução não passa por imaginar rotundas grandiosas, por pequenas rotundas como as das Hortas ou sucessivas retas interrompidas por rotundas. É preciso muito mais, é necessária não uma solução dos anos 50 com um tapete deste século, mas sim uma via de circulação que responda às necessidade de uma via urbana que envolve dezenas de pequenas localidades e uma estrada que assegure a circulação a velocidades razoáveis.

Para isso é preciso gente séria, políticos honestos e autarcas empenhados mais no progresso da região do que em saírem da forca que meteram no pescoço devido aos abusos da sua própria incompetência e falta de lucidez.