Um cidadão do concelho dirigiu-se ao um vereador eleito manifestando-lhe preocupação com o fato de o parque municipal estar a ser invadido por lagartas processionárias, vulgarmente conhecidas por lagartas dos pinheiros. O vereador fez o que lhe cabia e levou a preocupação do munícipe a uma reunião da sessão de câmara onde a presidente da autarquia lhe respondeu que o problema era conhecido e estava a ser tratado. É para isto que os autarcas servem e na última sessão de câmara este foi o único ponto onde a presidente não se “se estendeu ao comprido”.
Mandaria a inteligência que um apoiante da presidente aproveitasse este ponto para a elogiar, sugerindo que tudo vai bem por estas bandas. Mas, lamentavelmente, o irmão da presidente e deputado municipal António Cabrita parece ter preferido estragar este bom momento da presidente da autarquia, com uma espécie de poema, um texto com baboseiras escrito na vertical
O nosso concidadão que legitimamente se dirigiu ao vereador que o representa colocando um problema foi tratado por “denunciador”, um gesto normal em democracia e em especial numa autarquia é “hilariante”, “preocupante” e irritante”. Despedindo-se dos que vivem e convivem democraticamente com um “boa noite... filhos de um deus menor”.
Não vamos aqui avaliar os dotes poéticos do irmão da presidente da autarquia porque isto da cultura depende dos gostos de cada um, apenas registamos que apreciamos tanto este senhor como poeta como a sua irmã como presidente da autarquia. MAS registamos esta forma de ver a democracia no nosso concelho, ficamos a saber que um cidadão que se dirige a um eleito com um problema é um denunciador e tratado como “filho de um deus menor”.
Não vamos avaliar nem tecer considerações porque num simples poema ficam retratados os valores, princípios e a forma como pensam os senhores do clã que governa a autarquia.