Quando um partido da oposição acusou a presidente da autarquia de faltar à verdade em relação às obras na Praia dos Três Pauzinhos esta esperou uma semana, informou que as obras iam ser custeadas pelos concessionários e que estava a ser negociado um protocolo com a APA com esse objetivo. Isto deu-lhe o direito de fazer uma manifestação de indignação porque lhe teriam chamado mentirosa.
Há algumas semanas a presidente da autarquia voltou à ladainha da dívida herdade e lá que se queixou de que a equipa de que faz parte herdou uma dívida de 30 milhões de euros que herdou dos seus antecessores há 13 anos atrás (2005). Mas como parece que há coxos capazes de ganhar provas dos cem metros veio-se a saber que tal número não correspondia à verdade. Durante cinco anos o antigo parceiro da São Cabrita na autarquia escondeu o relatório de uma auditoria que concluía que a dívida era muito inferior.
A atual autarca insistiu em esconder esse relatório dos olhos da oposição, mas com o FAM a andar por aí, com a oposição a fazer pressão e a lei a incomodar, a autarca finalmente cedeu e tornou público o relatório. Ficou a saber-se que a dívida deixada pelos antecessores do Luís Gomes e da São Cabrita era muito inferior à que a São Cabrita tem referido em sucessivas entrevistas.
Isto é, a presidente da autarquia tem faltado à verdade e com isso os munícipes têm sido ludibriados e a oposição condicionada por falsas acusações. Note-se que é na condição de presidente da Câmara Municipal de VRSA que a São Cabrita tem feito tais declarações, isto é usa o seu estatuto institucional para falar de números que não correspondem à verdade, estando na posse de um relatório da auditoria que escondeu dos vila-realenses onde se prova que os 30 milhões foram uma mentira.
Começa a ser tempo de a presidente da autarquia esclarecer tanto a questão da Praia dos Três Pauzinhos como a da dívida. Se falou verdade todos terão de o reconhecer e os que a ofenderam pedir-lhe-ão desculpa. Mas se for verdade terá de aceitar que lhe chamem aquilo que se costuma chamar aos que mentem e deverá pedir a demissão porque não seria aceitável que um concelho com as dificuldades do nosso estivesse a ser gerido por alguém em cuja palavra não se pode confiar.
Por isso, seria bom para todos que a autarca tornasse público o protocolo que está negociando com a APA e que demonstre com dados credíveis que a sua equipa herdou uma dívida de 30 milhões de euros. Desejamos sinceramente que a autarca acabe por demonstrar ter falado verdade pois não gostaríamos de ver a nossa terra transformado no reino de alguém com um cognome triste como o de mentirosa.