VERGONHA É COISA DE POBRE!



A nossa sugestão para a capa do novo disco "Pobre milionário"

De três mandatos autárquicos do agora cantor Luís Gomes que representam doze anos de regabofe, resultou a ruína e a falência do município de Vila Real de Santo António. Neste processo entre orçamentos municipais e dívida criada foram consumidos cerca de 500 milhões de euros a que se terá de acrescentar os juros na ordem de 5 ou 6 milhões de euros por ano ao longo dos próximos trinta anos. Nestas contas não estará contabilizado o património desbaratado. Um descalabro de difícil e morosa resolução.

Entretanto o autarca que afundou as contas municipais revelou-se mais dado a cantorias e antes de apostar numa carreira musical ao nível do que pior e mais piroso se pode encontrar nas festas de aldeia do Portugal profundo, abriu caminho para a agora São agarrar no testemunho que o seu irmão denunciou como sendo uma “herança envenenada”, como se ela não tivesse nada a ver com o assunto, como se durante doze anos não tivesse contacenando nessa longa pantomina com o artista em todos os seus espectáculos.

O tempo tem provado que os problemas são tão graves que sem dinheiro para aguentar a sua política assistencialista, a Sra. Presidente demonstra não ter estaleca para enfrentar a situação e a sua base eleitoral dá claros sinais de descontentamento. Acrescentar a este quadro de grande stress que na perspectiva da actual autarca o momento escolhido pelo agora cantor que até aqui tem estado muito sossegadinho para dar sinais de vida e de querer voltar para nova corrida eleitoral não teria sido pior.

A grande questão é que para além das sardinhas e dos polvos, até as conquilhas têm direito a um período de defeso para recuperarem dos excessos de pesca a que são sujeitos. Só a população do concelho de Vila Real de Santo António não pode descansar destes senhores armados em gestores cujo único talento é o de desbaratar o dinheiro que é de todos nós, retirar competências à câmara municipal transferindo-as para privados que vêm encher a malinha à conta dos vila-realenses com serviços de pior qualidade, aumentar o número de avençados pagos a peso de ouro e carregar-nos com mais taxas e impostos.

A vida ensina que à medida que se perde a humildade e se ganha presunção, também se perde o decoro que as circunstâncias impõem, como sejam aquelas que decorrem de um processo que tanto afecta a qualidade de vida dos vila-realenses. Depois de tudo o que nos fez vir dar-nos música é de muito mau gosto.

Os nossos avós, referindo-se aos desmandos dos poderosos, diziam que isso de ter vergonha era coisa de pobre!