A RECEITA


Resultado de imagem para receita medica

Um dos argumentos recorrentes no apoio a um político em relação ao qual não se tem argumentos para vir em sua defesa, consiste em desafiar os opositores a apresentar propostas ou a lamentarem-se de que não há alternativas. Normalmente é gente que sabe que defende o indefensável e sem coragem de o assumir frontalmente, prefere destruir de forma liminar qualquer alternativa.

Ainda ontem alguém defendia isto no Facebook do LdF:

« Não vislumbro ninguém com competência para arcar com tão titânica responsabilidade na "nossa" lista de possíveis candidatos. Ou o LdaF tem alguém para "nos receitar?... Se assim é, diga-nos quem é, por favor!!! .»

Isto é, não se apontam as qualidades de quem está à frente da autarquia, mas de uma forma liminar, quaisquer argumentos queima-se toda e qualquer alternativa que exista e para provar que não há mesmo qualquer alternativa pede-se ao Largo da Forca que as apresente. Se o LdF não apresentar é porque não há, se o LdF sugerir um nome ou vier em defesa de qualquer candidato ora aí está quem deve ser abatido. 

Antes de mais, talvez faça sentido falar em receitas quando estão em causa medidas, não será a forma mais curial tratar candidatos em democracia como meras “receitas”, neste caso uma receita alternativa a uma São Cabrita que em política é como um medicamento receitado por um endireita que anda por aí a cantar e apoiado por devotos que lembram os da Santinha da Ladeira. Ainda por cima não se referem as qualidades da receita que de forma implícita nos é impingida.

Dizer que no concelho de VRSA não se encontraria alguém mais capaz do que a pobre da São é uma anedota e diz bem sobre os estado em que se encontra a direita do nosso concelho. Queimar todas e quaisquer alternativas com um julgamento sumário, em que não se diz claramente que se pretende defender os Ciprianos e em que se defende que em VRSA ninguém está à altura destas personagens é uma forma um pouco manhosa de fazer política.

Se fossemos defensores da Cipriano esforçar-nos-íamos no sentido de lhe encontrar qualidades, de demonstrar a sua inteligência e competência, de provar que tudo tem sido de forma regular e de acordo com a lei, de demonstrar que nunca mentiu aos eleitores. Começaríamos, por exemplo, por demonstrar que estava cumprindo o seu programas, diríamos quais dos 11 compromissos que assumiu com os eleitores já tinha cumprido.

É legítimo defender a São, ainda que seja aquilo que vemos foi eleita democraticamente por um partido que merece respeito. Mas o melhor argumento contra a São é que nem os seus apoiantes mais inteligentes ou que assim se julgam, têm a coragem de assumir o se apoio ou de explicar  e justificar as suas decisões. 

Não receitamos candidatos nem os apresentamos como um supositório a que nos obrigam ou uma colher de fígado de bacalhau que temos de engolir em silencioso sofrimento. A seu tempo receitaremos medidas para ajudar o concelho a sair da miséria em que o meteram e até lá esperamos que os apoiantes da São deixem de tentar destruir as alternativas muito antes das eleições e ajudem a sua São de forma mais inteligente.