Se os autarcas tivessem direito a cognome é bem provável que os admiradores da nossa autarca sugerisse que teríamos uma São, a Bondosa, ainda que não faltem os que talvez preferissem um cognome que lembrasse a sujidade, lixo e falta de higiene que tem grassado pelo concelho desde que a senhora recebeu a autarquia à consignação das mãos daquele que anda por aí a cantar calçado com as suas belas botinhas brancas.
Aliás, nas suas entrevistas a autarca não se cansa de falar do seu apego aos mais necessitados, realçando a sua ligação à pasta dos assuntos sociais. Aliás, muitos são os vila-realenses que receberam a ajuda camarária devidamente embrulhada pela manita amiga e com alguém a lembrar aos pobres como a nossa autarca é generosa.
Mas parece que os tempos estão difíceis e lá se foi a generosidade, já não há sinal da nossa Rainha Santa Isabel do Baixo Guadiana, que transformava as rosas orçamentais em envelopes e cabazes de ajuda, generosamente distribuídos pela sua manita. Sucedem-se as reuniões sucessiva com trabalhadores, trabalho voluntário (trabalho escravo) a troco de falsas promessas de contratos que não se concretizam, lamentos presidenciais, manitas com voz grossa, salários em atraso, empréstimos "forçados".
Uma realidade escondida, um buraco difícil de tapar porque já não estamos no tempo em que o dinheiro corria a rodos e havia sempre um truque para não se dar por nada. A imensa bondade e generosidade para com os pobres parece estar a dar lugar a um pesadelo, com gente pobre a passar por muitas dificuldades.
Parece o jogo da manita morta e esta anda a bater à porta dos pobres, os tais que eram os eleitos de gente que merecia uma estátua na igreja, mas que, afinal, se ficam por umas jantaradas de atum e de outras iguarias das confrarias.