É um padrão de comportamento desta liderança autárquica,
sempre que está em dificuldades a resposta é sempre a mesma, a opacidade. Tenta-se
criar a ideia de que tudo na nossa terra, desde o clima à economia, é maravilhoso
graças à grandeza da autarca. Tudo o que não convém ou que se pensa serem más
notícias fica atrás de um denso manto de opacidade.
Ainda recentemente a autarca reuniu ou mandou alguém reunir com
os residentes do prédio da Rua de Angola e foi feita sempre a mesma exigência,
segredo absoluto. É uma velha estratégia aprendida com o Luís Gomes, quanto
menos se souber da realidade quando esta é negativa melhor.
Só que numa situação de calamidade como a que enfrentamos,
em que muita gente vive num verdadeiro terror a estratégia da opacidade pode
ter consequências graves. Não se entende como noutros concelhos os presidentes
das câmaras municipais se desdobram a informar os seus munícipes, diretamente
ou através da comunicação social, enquanto os vila-realenses parecem estar a
ser alvo de um blackout total.
É revoltante ver outros autarcas apresentarem os pêsames públicos
aos familiares das vítimas da covid-19 enquanto nesta terra a morte desses munícipes
circulou nas redes sociais como boato, com as pessoas a mandarem mensagens a
todos os amigos, perguntando se sabiam de alguma coisa. É revoltante ver que a
autarca só confirmou a morte de dois vila-realenses no dia do funeral e quando a
informação já tinha sido dada pelas agências funerárias.
O que ganhará a presidente da CM com esta estratégia,
pensará que ficamos todos descansados e tranquilos porque temos uma grande líder
que faz vídeos promovendo a imagem e entrevistas a dizer que é crente e
sugerindo que devemos abrir as janelas para arejar as casas?
Depois queixa-se dos boatos, o mano faz falsas acusações e
apresenta queixas na PSP. Mais ridículo e lamentável é difícil.