O CALIENTE FALHADO

Luís Gomez Ft. Laura Galvão – Frio o caliente (Official video ...


Escultores, primeiro-ministro, ministros secretários de estado, astrólogas, Castelos Brancos, cantores, artistas de telenovela, nesta terra vimos passar muita gente de uma imensa corte alimentada por milhões e milhões esbanjados numa orgia que parecia nunca mais parar. Por aqui vimos desde o Castelo Branco ao Apolinário, do Gargaleiro a Sócrates, da Ana Paula Vitorino à Maia, era uma terra de sucesso, um presidente de CM que dava entrevistas na rádio cubana e aparecia nos ecrãs nas estações portuguesas.

Tínhamos um presidente de sucesso, éramos uma terra de sucesso, liderava uma equipa maravilha onde víamos o Pedro Pires, o Carlos Barros, a São Cabrita, para além números pajens e escudeiros bem pagos pela CMN e SGU. Foi fácil conquistar o sucesso, gastava-se aos milhões, organizavam-se festas, pagavam-se filmes, compravam-se estudos a político da oposição. Haviam tanta gente interessada na nossa terra que fazia lembrar as tainhas quando os esgotos corriam para o Guadiana.

Mas ocorreu um pequeno contratempo, a lei só permitia três mandatos. Nada que um espertalhão não soubesse resolver, disse ao povo que agora era a São e tirou uma sabática, ia experimentar uma carreira de cantor enquanto a servil São lhe tomava conta da CM durante quatro anos.

A receita para uma carreira brilhante estava garantida, os amigos influentes que encheram os bolsos em VRSA metiam umas cunhas nas televisões, com algum do dinheirinho amealhado para uns vídeo clipes e para pagar o Jaguar e o Lexus tinha os amigos influentes do PS que lhes davam umas assessorias ou a influência para conseguirem outras.

Só que tudo correu mal, se é fácil ser um grande presidente da CM gastando 200 milhões, já o mesmo não se consegue na carreira artísticas e por mais cubanos ou raparigas jeitosas e bem nutridas que apareçam ao lado, nada lhe salva a voz de cana rachada e de disco para disco é cada vez pior, tudo é cada vez pior cantado e as letras são cada vez mais decadentes. Um desastre.

Dois desastres, pois a São que ficou com a CM à consignação não parece estar disposta a devolver-lhe o lugar, até porque com um lugar destes chovem charutos e medronho na Manta Rota. Enfim, o homem que respirava sucesso aparece agora um falhado e escolhe a Sexta-Feira Santa para lançar uma musiquinha pimba onde as moças ficam logo “calientes” só de pensar nele.