Escultores, primeiro-ministro, ministros secretários de estado,
astrólogas, Castelos Brancos, cantores, artistas de telenovela, nesta terra
vimos passar muita gente de uma imensa corte alimentada por milhões e milhões
esbanjados numa orgia que parecia nunca mais parar. Por aqui vimos desde o
Castelo Branco ao Apolinário, do Gargaleiro a Sócrates, da Ana Paula Vitorino à
Maia, era uma terra de sucesso, um presidente de CM que dava entrevistas na rádio
cubana e aparecia nos ecrãs nas estações portuguesas.
Tínhamos um presidente de sucesso, éramos uma terra de
sucesso, liderava uma equipa maravilha onde víamos o Pedro Pires, o Carlos
Barros, a São Cabrita, para além números pajens e escudeiros bem pagos pela CMN
e SGU. Foi fácil conquistar o sucesso, gastava-se aos milhões, organizavam-se
festas, pagavam-se filmes, compravam-se estudos a político da oposição. Haviam
tanta gente interessada na nossa terra que fazia lembrar as tainhas quando os
esgotos corriam para o Guadiana.
Mas ocorreu um pequeno contratempo, a lei só permitia três
mandatos. Nada que um espertalhão não soubesse resolver, disse ao povo que
agora era a São e tirou uma sabática, ia experimentar uma carreira de cantor
enquanto a servil São lhe tomava conta da CM durante quatro anos.
A receita para uma carreira brilhante estava garantida, os
amigos influentes que encheram os bolsos em VRSA metiam umas cunhas nas televisões,
com algum do dinheirinho amealhado para uns vídeo clipes e para pagar o Jaguar
e o Lexus tinha os amigos influentes do PS que lhes davam umas assessorias ou a
influência para conseguirem outras.
Só que tudo correu mal, se é fácil ser um grande presidente
da CM gastando 200 milhões, já o mesmo não se consegue na carreira artísticas e
por mais cubanos ou raparigas jeitosas e bem nutridas que apareçam ao lado,
nada lhe salva a voz de cana rachada e de disco para disco é cada vez pior, tudo
é cada vez pior cantado e as letras são cada vez mais decadentes. Um desastre.
Dois desastres, pois a São que ficou com a CM à consignação
não parece estar disposta a devolver-lhe o lugar, até porque com um lugar
destes chovem charutos e medronho na Manta Rota. Enfim, o homem que respirava
sucesso aparece agora um falhado e escolhe a Sexta-Feira Santa para lançar uma
musiquinha pimba onde as moças ficam logo “calientes” só de pensar nele.