
Perante situações de emergência é natural que o ambiente
político se altere, os políticos ensaiam discursos de unidade no pressuposto de
que o povo os gosta de ver unidos. Quem está no poder desdobra-se em comunicações
e apresenta programas, quem está na oposição desdobra-se em propostas. Na
verdade, tudo é uma encenação para inglês ver.
É natural que governos e autarcas tentem beneficiar do quer
fazem, porque não é por ter havido uma crise que não haverão eleições em 2021.É
política e não o criticamos, com ou sem crise estamos em democracia e é natural
que o governo queira passar uma boa imagem da sua ação. O que não seria aceitável
em democracia era que o governo fizesse propaganda e tentasse silenciar a
oposição com ladainha da crise, isso ser pura política suja.
Mal surgiu a crise um dos partidos da oposição de VRSA
apressou-se a apresentar apressadamente um conjunto de medidas, sabendo de
antemão que sem abertura do FAM as propostas implicavam a violação do FAM, a
manobra não era das mais limpinhas, mas havia que surfar na crise. A autarca
pressionada pelas notícias relativas a outros concelhos respondeu com um falso
programa de apoios sociais.
Esse programa não deu nada a ninguém e até incluía medidas
que tinham sido adotadas pelo governo há um mês, como a abertura de algumas
cantinas escolares para dar refeições a a alunos carenciados, decidida há um
mês pelo governo. O balanço deste grandioso programa de apoios sociais é zero, a
CM não gastou um tostão com esse grandioso programa. Levada a votação a proposta
da oposição foi chumbada pela autarca com o argumento de que tinha lançado um
programa de apoios sociais. A oposição “comeu e calou” e ainda teve o desplante
de elogiar o programa de apoios sociais da CM, sugerindo que copiava algumas
das suas brilhantes ideias, enfim, há que surfar na falsa unidade.
Pelo meio a autarca faz vídeos e dá entrevistas sucessivas,
onde aproveita para se vitimizar e lançar insinuações sobre hipotéticos boatos.
Entretanto muda responsáveis da Proteção Civil em plena situação de emergência,
não se percebendo bem se está preocupada com a Cris pandémica ou com jogos de
bastidores com que o concelho nada tem a ver. Pelo meio conta que a lista do
PSD já está em formação, havendo já um nome para o lugar de vice-presidente,
provavelmente algumas reuniões de crise já são uma encenação do futuro.
Na Hungria o primeiro-ministro suspendeu a democracia e em
VRSA há quem queira em nome da unidade ser a única política a fazer uma
campanha de imagem à custa do mal alheio. Ao contrário do que alguns sugerem
não há unidade e se há um momento em que todos devem ser ouvidos é este e isso
é tudo o que a autarca recusa fazer, porque quer o palco da miséria humana, é
preciso uma imagem estilhaçada pela má gestão da autarquia.