
Se ouvirmos uma gravação de um discurso espontâneo da
presidente da autarquia e compararmos a qualidade do seu discurso oral com a da
mensagem da presidente da CM a propósito do 25 dificilmente acreditamos que foi
a senhora a escrever o discurso. Aliás, se comparamos o raciocínio da senhora
com o padrão intelectual do discurso também concluímos que ela faz melhor do
que aquilo.
Parece que temos um problema familiar, um pensa melhor mas
não sabe escrever e o outro escreve assim assim mas não pensa. Aliás, já fosse
possível transmitir cheiros através da internet esta comunicação da autarca certamente
teria um pivete a charutos e a medronho, daquele que um ilustre deputado sugere
que lhe mandem à borla para casa. Será que o Dr. Rui Rio imagina estes comportamentos
no seu partido?
O mínimo que se pode dizer da comunicação da presidente da
autarquia no dia 25 de abril é que foi miserável, de uma pobreza política e ética
que chega a ser deprimente. A falta de dimensão política e humana é óbvia, não
fala do dia da liberdade, nãoi faz uma referência à crise sanitária que já matou
centenas de portugueses e levou a uma situação de desastre social, ignora a crise
económica que se instalou em quase todas as empresas do concelho.
A pobreza intelectual de quem lhe escreveu este texto é de
tal forma deprimente que em vez de falarem do concelho e dos seus problemas, a
começar pela eventual rotura financeira do Município, falam de cartas anónimas
e de terrorismo, usaram o 25 de abril para a habitual estratégia de vitimização,
a que já nos habituaram. Será que não percebem que a referência a cartas
anónimas é uma política suja e que estas habitualmente podem ser atribuídas a
quem mais ganha com a sua utilização em política?
Por fim, a autarca conta a história de uma burrinha, digamos
que na burrinha vimos a autarca e se era essa a intenção podemos dizer que foi
o único momento de lucidez política numa comunicação pouco digna de uma
presidente da CM de Vila Real de Santo António.
Enfim, talvez devesse ter lido a comunicação do seu líder
político local e padrinho aparentemente arrependido, Luís Gomes, que na sua
comunicação termina dizendo que "É tempo de dar a cara, de ouvir e agir. É
para isso que o povo elege os políticos!". Enfim, dar a cara a senhora até
dá, farta-se de fazer vídeos, o problema é que parece que não faz mais nada.