COMO VAI SER O VERÃO?

Monte Gordo: a nova energia do sotavento vê-se do céu



Estudar o impacto da pandemia nos resultados económicos do próximo vero é uma prioridade da economia de concelhos como o nosso. Isso implica uma seriedade técnica que não conseguimos ver numa equipa autárquica que até à última hora ainda imaginou que se ia realizar o Youth Algarve Cup, tendo procedimento ao seu adiamento quase na véspera e mesmo assim ainda imaginou ser possível a sua realização em meados de junho.

Temos de ser realistas e mesmo que a pandemia seja controlada dificilmente o país ficará “limpo” do vírus, isto é, haverá sempre o risco de aparecimento de surtos epidémicos e se os portugueses não tiverem cuidado pode suceder aquilo que se designa por uma segunda vaga. Isto significa que terá de se manter o distanciamento social e usar-se a máscara em espaços públicos.

O primeiro-ministro questionado sobre a época de praias numa entrevista que deu ao Expresso foi claro numa resposta de grande importância para o Algarve e, em particular, para VRSA:

«Já discutiu com os técnicos se vão ser necessárias medidas de restrição nas praias em agosto?

Vão ser, seguramente. Há praias de grande extensão onde a aglomeração é facilmente evitável, há outras em que todos sabemos que a aglomeração é grande. A aglomeração não vai poder existir. As autarquias e as capitanias vão ter de tomar as medidas necessárias para que possamos ir à praia sem que se verifique uma aglomeração. O desconfinamento não vai significar que não tenhamos de praticar as regras de higiene de lavagem regular das mãos ou que não tenhamos de adotar mais medidas de proteção social, designadamente de uso de máscaras. Vamos ter de manter as medidas de afastamento social, a etiqueta respiratória. O que os cientistas nos dizem é que este vírus não hiberna no verão. O verão não vai ser um momento de interrupção.»

Devemos estar preparados para o pior, a quase total ausência de turismo estrangeiro, as perdas brutais de rendimentos, o medo por parte da população com mais de 60 anos de estar pretos de aglomerados de pessoas e as restrições impostas na utilização das praias podem traduzir-se numa quebra brutal de visitas, isto sem equacionar a evolução em Espanha.

Se em cima disto ocorrer algum surto na região durante os próximos meses podemos recear aquilo que poderemos designar por desgraça completa. Infelizmente VRSA é um dos concelhos mais duramente atingidos por esta crise sanitária. É urgente que a s entidades locais estudem seriamente o problema e criem apoios porque não faz qualquer sentido manter taxas como a aplicada ao turismo ou às esplanadas. Além disso, serão necessários apoios efetivos por parte do governo e da autarquia.