
Há quem se aproveite da crise da pandemia para condicionar a
vida política, misturando alhos com bugalhos, mas a verdade é que há muito tempo
que não se via tanta política, com responsáveis governamentais e autárquicos a
darem o tudo por tudo para a coberto dos bons princípios lucrar eleitoralmente
com o desempenho nesta crise.
Ainda bem que assim é e que o malfadado vírus não nos vença,
eliminado a democracia e mesmo a alegria de viver. Resta ao cidadão comum saber
distinguir os momentos em que durante esta crise os governantes devem ser
criticados ou apoiados. Por exemplo, quando o primeiro ministro decretou o
Estado de emergência ou proibiu a circulação entre concelhos durante a Páscoa,
deve ser apoiado e quem discordar deve abster-se de tomar posição.
Mas quando a Jamila Madeira vai todos os dias para ao
aeroporto de Lisboa anunciar a vinda de caixotes de equipamento, não se percebe
se é uma governante, se ainda é a estouvada líder da JS ou se é despachante oficial.
É óbvio que deve ser criticada porque não estamos perante nada que tenha que ver
com a crise, é puro oportunismo. O mesmo oportunismo que mal chegaram casos de
covid-19 a Portugal veio a correr a Faro dizer que o Algarve estava muito bem
preparado para o que aí vinha.
Ao nível local passa-se mais ou menos o mesmo. Quando a
autarca desempenha funçõe4s enquanto coordenadora local da proteção civil,
colaborando com as autoridades da saúde, com as autoridades policiais e marítima
ou com os bombeiros, concordemos ou discordemos devemos apoiar ou ficar
calados. Este é um domínio do exercício de competências com independência e
isenção política, pelo que a política fica à porta. Será que a autarca deixou?
Mas quando vemos um mercado municipal onde os clientes
entravam livremente, uma fila enorme à porta da CM na passada sexta-feira para
se proceder ao pagamento de rendas sem qualquer controlo de distâncias ou uma
autarca a dar entrevistas para nos dizer que está tudo sob controle, que +é
crente e que aconselha a que se abram, as janelas para arejar a casa, já
estamos perante a gestão da autarquia e manobras políticas. Se faz política em
plena campanha será oportunismo exigir que a democracia se abstenha de
funcionar.
Desde propostas apressadas com programas generosos a vídeos
de propaganda sucessivos, passando por falsos programas sociais, há muito que não
se fazia tanta políticas em VRSA. Aliás, em pela crise chegam-nos sucessivas informações
sobre a formação da lista autárquica do PSD e mais um pouco já se sabem todos
os nomes. Isto não será política?