O PROBLEMA DO EMPREGO EM VRSA [1 DE 3]

 


VRSA tem algumas bolsas de pobreza e na base destas está a sazonalidade do emprego, o baixo nível de qualificação e a qualidade do emprego gerado na região. São aquilo a que popularmente se designa por pescadinhas de rabo na boca, um círculo viciosa de onde é difícil de sair em pouco tempo e que exige a coordenação de diversas intervenções, já que envolve diversos domínios da sociedade. 

A resposta das entidades locais a este problema não só não o resolveriam, como se limitaram a mascará-lo, aproveitando políticas sociais que visam combater a pobreza. É o caso, por exemplo, dos famosos POC, uma espécie de trabalho barato subsidiado, em que não há direitos, garantias de emprego a longo prazo, formação ou qualquer forma de qualificação. 

No centro das políticas locais de empregos temos tido uma espécie de joint venture entre o serviço local de emprego, a ONG Mão Amiga e a CM. O IEFP pouco mais tem feito do que processar os POC que acabam por ser mão de obra barata de uma CM que prefere gastar dinheiro em recursos humanos na área da comunicação e  gestão política. 

Por outro lado, temos assistido à demissão do IEF em favor da CM, que de vez em quando lança uma espécie de centro de emprego online, em regra referindo a colaboração do serviço público de emprego. Mas quanto a qualquer política visando a criação de emprego, quer por parte do IEFP, quer por parte da CM nada tem sido feito. Mascara-se a realidade. 

É óbvio que não está nas mães de ninguém a superação desta situação. Se temos grupo sociais com baixos níveis de qualificação e essa situação é endémica em consequência de baixos níveis de rendimento escolar ou de elevadas taxas de abandono da escola, tem de se intervir ao nível do ensino. É um processo moroso pois envolve mais de uma geração. 

Mas uma intervenção no domínio da escolaridade e ensino não resolve o problema dos adultos, já que dificilmente se devolve um adulto à escola para refazer o percurso de estudante, neste caso a aposta é necessariamente na qualificação, passa por formação profissional. Sendo um fenómeno localizado e que tende a ser endémico, as entidades locais, CM e IEFP, devem apostar em programas de qualificação, algo que tem de ser um esforço continuado, não bastando  inventar cursos para entreter. 

A atual autarca falhou redondamente e ao falhar arrastou consigo a Mão Amiga e o IEFP neste desastre. Dizemos que arrastou porque ao longo dos últimos anos quem teve a liderança de todos os processos parece ter sido a CM. A Mão Amiga funcionou como braço direito do poder e ao longo destes anos parece que o IEFP pouco mais fez do que responder às solicitações do poder local, acabando por ser conivente neste circulo vicioso da pobreza.