POLÍTICOS, EMPRESÁRIOS E FRENTES INDEPENDENTES

 


Pouco tempo depois de nascer o Largo da Forca, num tempo em que o rui setúbal ainda não assumia que estava ao serviço de uma futura candidatura do admirador da dona Lídia Machado, até sugeria que não gostava dele, este distinto líder do que resta do PS local criou uma espécie de frente de independentes com alguns militantes do PS, onde supostamente se pensava sobre uma possível candidatura que unisse a oposição. 

Parecia que estava a armar ao pássaro e tinha pássaros de cada espécie para atrair os pintassilgos, cholins, garrafanitos, pacharés e verduns de passagem. Isto é, tinha um chamariz para os eleitores do BE, outro para os eleitores do PSD, ele e mais outro para os eleitores do PS; só lhe faltou chamariz para os eleitores do PCP porque a pessoa preferida estava debilitada fisicamente e porque um outro militante não aceitou por uma questão de princípios. 

Isto é, a frente criada pelo senhor rui setúbal não incluía as organizações partidárias, até porque detesta a líder local do BE, que na sua opinião não devia ter concorrido nas eleições anteriores para que os votos se concentrassem no seu partido (belo exemplo de democracia em VRSA…), enquanto e sabido que quem ainda lidera o PCP não tem com o Setúbal a mesma confiança que este parece ter com o vereador da CDU na CM. 

A “apresentação” do seu candidato Araújo ocorreu muito recentemente, numa espécie de jantar de debutantes, já que quando vários membros do Grupo de Reflexão se recusaram a colaborar nas manobras do rui setúbal o Grupo de Reflexão passou a ser um mero jantar de amigos. Antes disso o medo do Rui Setúbal parecia ser uma nova candidatura do Murta o próprio Setúbal ameaçava transformar numa candidatura independente. 

Só que quando o questionaram sobre os motivos  que o impediam de ser ele próprio o candidato, justificou-se com a fragilidade das suas dívidas ao fisco. Isto é, até parece que ele já tinha candidato há muito, até porque tudo indica que tudo se preparava para o Álvaro Araújo se apresentar como candidato já nas últimas eleições. 

Isto é, o homem que hoje parece lutar como um desalmado contra qualquer candidatura independente, foi ele próprio o inventor da candidatura independente, só que todos sabemos quem seria, afinal o candidato independente. 

Mas o mais curioso é que este grupo se reunia num conhecido hotel de Monte Gordo, isto é, as atividades “clandestinas” do rui setúbal eram apoiadas financeiramente por um conhecido empresário local, já que nos termos da lei o empréstimos de salas ou a cedência gratuita de outros serviços configura um financiamento partidário. Seria interessante se o senhor rui setúbal tornasse públicas as razões da generosidade do empresário e que tipo de acordo havia entre eles. Até porque não só as reuniões decorria no hotel como o dono do mesmo estava sempre presente para receber os membro do grupo do rui setúbal. 

As coisas começaram a ficar estranhas quando se faziam propostas de alargamento do grupo ou a divulgação da sua existência esbarravam em instruções do empresário em sentido contrário. Nunca saberemos se eram mesmo ordens do empresário ou se era uma forma de levar a água ao seu moinho usando as supostas ordens do senhor do dinheiro. 

Sobre empresários e políticos ficaremos por aqui, apenas esperamos que o Senhor rui Setúbal esclareça quanto custaram as salas do hotel ou, se estamos apenas perante um mero mecenato político de legalidade questionável, torne público o nome do empresário, porque assim fica tudo mais transparente, já que ficam assumidas as declarações de interesses.