A “agora é São” ganhou as eleições autárquicas levando o seu clã familiar ao poder absoluto, depois de uma campanha rica e bem conduzida por quem sabe da coisa a dupla escolhida por Luís Gomes para o suceder no ano sabático, Conceição Cabrita e Carlos Barros, ficou à frente dos destinos da autarquia.
Simbolicamente um dos primeiros atos de gestão da nova equipa maravilha foi a atribuição de três adjudicações diretas no valor de quase 400 mil euros a um dos escritórios mais caros do país, onde pontua o vice-presidente do PSD. Pouco depois vemos um opositor a ser perseguido judicialmente por declarações feitas em campanha, num processo ridículo. Mas, mais ridículo do que isso foi vermos os vila-realenses que agora não têm dinheiro para nada, pagando a um escritório de advogados onde se cobram 500 euros á hora por um processo que nem fazia sentido. Depois disso Morais Sarmento é visita regular ao concelho, mas por motivos desconhecidos.
Apesar de ter levado a autarquia à ruína o então Luís e a “agora é São” ainda baixaram a receita do IMI para efeitos eleitorais, a bazófia continuava. A insanidade foi tanta que até finais de setembro o concelho ainda vivia sob o signo da fartura, ainda que o lixo, as baratas e as ratazanas fosse um sinal óbvio de que já não havia dinheiro para o desempenho de função básicas de um município. Mas o desespero levou-os a tentar tapa o sol com uma peneira. Ainda se vivia a embalagem dos anos de loucura, as obras em Monte Gordo prosseguiam e o passadiço era um sinal exterior de riqueza.
Ainda eram amigos, o Luís Gomes foi contratado para cantar na passagem de ano e não foi necessário que os autarcas andassem a telefonar a empresários para os levar a pagar festejos. Em setembro foi divulgado o relatório de um FAM e desde então a gestora da fartura transformou-se numa grande gestora num contexto de penúria.
Não sabemos se alguém do FAM vem festejar a passagem do ano na Praça Marquês de Pombal ou se o contabilista de Borba vem abanar o dito cujo com a música dos República em Monte Gordo. Mas depois de terem feito de conta que tudo estava bem em VRSA para ajudar a São a ganhar as eleições, a pagar a advogados de luxo e a fazer de conta de que tudo estava bem durante três tremestes, bem mereciam vir a VRSA festejar a desgraça em que está o concelho, situação para a qual deram um contributo decisivo.
VRSA não é apenas um concelho arruinado que corre um sério risco de estar a caminho da extinção, é um concelho que teve em 2018 um ano insano, de verdadeira alienação mental.