SÓ UM ANO DE AUSTERIDADE? E OS OUTROS 30?



No seu último tempo de antena na rádio dos amigos Mendes a presidente da autarquia disse ao pobre do Tiago  algumas banalidades muito interessantes. Um bom exemplo disso foi a referência ao grande interesse por parte dos investidores no concelho, referindo como exemplo as duas novas unidades hoteleiras de VRSA, acrescentando ainda que havia muitos investidores interessados em VRSA.

O que a presidente da autarquia não disse, foi que são umas dúzias de camas, menos do que as do Hotel Apolo. Dois investimentos realizados em 13 anos enquanto vereadora, vice-presidente e presidente da autarquia! Também se esqueceu de acrescentar que são investimentos financiados, no caso do Grand House esse financiamento é quase total.

Esqueceu-se também de esclarecer que nenhum dos dois projetos abriu ainda as portas, um está na fase inicial das obras e  ou outro está com muitos meses de atraso e os seus trabalhadores que não foram despedidos ou dispensados estão com salários em atraso.

Depois tenta passar a ideia de que os cortes brutais no orçamento de 2018 são as medidas que qualquer município intervencionado tem de adotar. Até parece que a intervenção foi imposta e resultou de uma lotaria, como se sua responsabilidade não fosse enorme, principalmente no prolongamento da austeridade de vinte para trinta anos. Sejamos honestos, a desgraça de 2019 resulta da irresponsabilidade na gestão durante 2017 e 2018.

Mas o mais engraçado é que a autarca sugere que no ano seguinte as coisas melhorarão, enfim, pede que a austeridade seja aplicada durante 30 anos e diz que a partir de 2020 as coisas começam a melhorar? Como é que vai pagar os 170 milhões que disse ser a dívida da autarquia? Sejamos honestos, só para pagar a dívida que não está incluída nestes 170 milhões a autarca vai precisar e um par de anos de austeridade.

Sejamos honestos, este é um orçamento igual ao que terá de ser adotado durante muitos anos, isso se as contas não voltarem a derrapar, bastando para isso que os juros aumentem nos mercados internacionais, penalizando os juros que agora são pagos ao FAM. É tempo de a autarca reconhecer o buraco onde meteu e ajudou a meter o município.