Um pouco por toda a parte, cidades e vilas do país estão engalanadas para a quadra natalícia, quase esquecidos os anos duros das experiências económicas do Vítor Gaspar e do Passos Coelho, os portugueses deixam de sentir receio e investir na alegria. Enquanto vamos vendo as notícias olhamos para a nossa terra e não podemos deixar de nos senti incomodados, passear na Rua Teófilo Braga, uma das ruas comerciais mais emblemáticas do país, quase nos sentimos deprimidos.
Até poderia ter sido uma opção, autarcas menos exuberantes poderiam considerar que há melhores formas de gastar o dinheiro. Mas não é o caso, na última década a capital do concelho assistiu a muita fanfarronice despesista. Agora já não há sequer margem para poupar, agora corta-se “a torto e a direito” para salvar o poder dos Cabritas, nem a Casa do Avô vai escapar. Corta-se, despede-se, destrói-se, tudo numa tentativa desesperada de conseguir a bênção do FAM e salvar o pode dos que nos arruinaram.
É deprimente ver os que gastaram uma fortuna para abrir um hotel com trinta camas ou para construir um passadiço que agora está sujeito à erosão marítima, andam agora de porta em porta “sacando” donativos para haver fogo-de-artifício na passagem do ano. Longe vão os tempos dos centenas de milhares para a astróloga ou das contratações do Castelo Branco. Rasparam o tacho para contratar o Quim Barreiros para alegrar a padroeira de Monte Gordo e agora nem para a passagem de ano têm dinheiro.
Se não fosse o ar deprimente da terra até seria motivo para piada, ver a presidente da autarquia acabrunhadas no fim da reunião do executivo camarário, ler os disparate dos seus defensores mais íntimos nas redes sociais, saber do fim das benesses para os figurantes das arruadas, deveria ser motivo para sorrir.
Mas se a decadência deste poder é motivo de esperança. Temos de lamentar que tal seja apenas oresultado da desgraça de um conselho, uma desgraça tal que quase está em causa a sua sobrevivência.