INVESTIMENTOS E DESENVOLVIMENTO LOCAL



Hoje são cada vez maiores as dúvidas em relação aos investimentos atraídos por grandes ofertas de ajudas públicas, feitas as contas muitos destes investimentos acabam por trazer pouco para-as economias, sendo preferível a atração de investidores atraídos por outros fatores de competitividade que não as benesses públicas.

Quem não se recorda, por exemplo, do famoso investimento em estufas feito por Thierry Russel em Odemira, financiado em larga escala por fundos públicos, quando o primeiro-ministro era Cavaco Silva e a senhora que decidia as ajudas era a então secretária de Estado Isabel Mota que agora preside à Fundação Gulbenkian?

Quando já estava falida a nossa autarquia apostou a pouca capacidade de recurso a crédito com juros elevados que ainda tinha para investir na porção de dois investimentos, que entre queixas da família em relação a uma suposta herança envenenada que terão recebido exibe a toda a hora como obra sua. A nossa autarca gaba-se mais da pousada ou do Grand House que outros autarcas em relação a grandes obras camarárias.

Mas qual será o impacto, por exemplo, do Grand House? Pode dizer-se que criou emprego, mas a verdade é que deu emprego a poucos ou a nenhum desempregado, ofereceram melhores salários para “roubar” trabalhadores a outras empresas e agora têm salários em atraso e despedem. Isto é, ainda nem abriu e já promove o desemprego.

Seria interessante avaliar rigorosamente o impacto nas contas da autarquia e na economia local destes investimentos. A verdade é que se criam emprego onde não há desemprego, compram bens que não são produzidos localmente, não pagam taxas e serviços camarários e levam os lucros para longe. Quando o negócio não for rentável entregam as chaves à autarquia que depois paga centenas de milhares ao Morais Sarmento para promover processos na justiça.

Este modelo pouco cria e esgotou os poucos recursos disponíveis, recursos conseguidos esgotando a capacidade de recurso ao crédito. Veremos que progresso vai trazer, a começar pelo Grand House cujo futuro começa a suscitar as maiores dúvidas.