A grande virtude da democracia é o debate livre de ideias porque é desse debate que nascem as melhores decisões e graça a esse debate os cidadãos escolhem os projetos que são melhores para o bem comum e os que melhor os defendem e são os mais capazes para promover o desenvolvimento coletivo. Quando a “democracia” conduz um concelho à ruína e a um inverno financeiro de 20 anos, que em pouco tempo passa para 30 devemos questionar-nos sobre a saúde da democracia.
Se a democracia escolhe os menos capazes, os mais irresponsáveis ou os que esbanjam os recursos até à ruína total é porque algo está mal. Poderão dizer que os que ganham com maioria absoluta são os que o povo deseja, mas isso é muito questionável quando durante mais de uma década foi imposto o silêncio a quem discordasse. Há muito que estar ao lado dos poderosos traz vantagens e estar do lado da razão traz prejuízo.
Mesmo com a queda anunciada e quando já têm de raspar o fundo ao tacho para pagarem as despesas correntes não desistem, como já não há dinheiro para nada, quando surgem os primeiros despedimentos, quando a miséria está de novo visível a olho nú, é preciso recorrer a outros métodos. O lógico seria provarem que têm razão, mas em vez disso e porque já não sabem (ou nunca souberam) viver em democracia recorre-se à intimidação.
Os que exprimem opiniões incómodas são apelidados de “filhos da puta” em páginas do Facebook, a lástima cultura desta gente chega ao ponto de uma ilustre «”madame” se referir a quem não gosta por “maricon”. Já não há verniz, gente que anda armada em alta sociedade não sabe, afinal “comer à mesa” da democracia.
Esta escalada de agressividade parece ter chegado também às sessões do executivo camarário e às reuniões da AM, onde se recorrem a truques baixos para perturbaras intervenções de alguns representantes da oposição. Há quem tenha de intervir ouvindo piadas permanente vindas de quem se sentou perto. MAS tudo isto tem um lado positivo pois evidencia o desespero de quem tem medo do debate democrático opor nada ter para se defender.