O PAI NATAL SÓ NOS DEU MATACÕES



Em matéria de festas e festarolas a nossa autarca está para as curvas, terminado o ciclo das padroeiras do concelho e arredores eis que vem a quadra natalícia e enquanto a estrela de Belém ainda não nos diz para que lado nasce o menino, vamos entretendo o povo pelo barbudo inventado pela Coca-Cola, num tempo em que ainda não havia Coca-Cola Zero, agora há zeros por todo o lado com destaque parta os zeros à esquerda, inúteis políticos que só servem para enchera mula.

Não admira que a nossa autarca tenha aproveitado muito bem a ocasião e para além de se ter feito fotografar junto da sua equipa maravilha ainda deu a oportunidade ao povo de ver as fotos das suas crianças no site da presidência. Estamos em tempo de vacas magras e resta esperar que cada uma das fotos dos meninos ou dos mais crescidinhos, neste caso a lembrar as arruadas eleitorais, sejam tidas em consideração na hora do voto. Quem dá o que a mais não é obrigado e neste tempo de dívida a nossa autarca só se der algum deputado municipal que não faça muita falta.

Mas foi uma desilusão, o Pai Natal lá apareceu, bem mais magro e escanzelado do que o de Monte Gordo que aparecia saído de uma  clínica de mamas postiças, o pobre homem tinha mais peitaça do que a nossa saudosa Aurora. Mas se o Pai Natal de Monte Gordo ainda tinha algum aconchego a dar, o nosso nem isso, até parecia o Marcelo. Ainda trazia uns caramelos, se calhar eram os famosos matacões que se comiam noutros tempos, que as crianças e as progenitoras disputavam como se fossem os chapéus do Agora é São, chapéus que curiosamente ninguém reparou que se designam popularmente por “chapéus de Labrego”. Ainda bem que a ignorância é muita pois ainda recentemente uma importante personalidade pública do meio empresarial local se fazia exibir nas redes sociais com um desses distintos acessórios.

Infelizmente este Pai Natal é como o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, só dá afetos e selfies, recebido por toda a equipa autárquica, só lá faltaram os três Mosqueteiros, o Poético, o profético e o patético. Quando se esperava um saco cheio de prendas para a nossa autarca e os seus pobres munícipes, como o pagamento dos calotes da autarquia, emprego para os despedidos das águas, ajudas de custo e horas extraordinárias, verbas para mais assessores e, com muita sorte, um nadinha mais de transparência e competência que bem falta faz ao Município, eis que se ficou pelas selfies e quanto ao resto deu um corno e a ponta do outro.