MAU GOSTO



Um par de “artistas” muito modernos, um engenheiro do território e especialista em zonas ribeirinhas, o outro arquiteto paisagista e especialista em assembleias municipais, gente endinheirada e cheia de bom gosto decidiram alterar a Praça de Marquês de Pombal, deixando a sua marca na história arquitetónica da vila.

O resultado foi de gosto duvidoso, mas pior do que isso, escolheram uma pedra que parece cimento, é tão porosa que está cada vez mais parecida com o chão de uma pocilga. É pena que o novo-riquismo daqueles que dirigiam e continuam a dirigir um concelho que chegou a parecer que tinha ganhado uma espécie de Euromilhões.

Como se vê na imagem, temos agora uma praça que dá uma imagem de porca. Tiraram uma pedra nobre e cara (que custa entre 60 e 100 euros por metro quadrado), o calcário, para lá meterem uma pedra parecida com cimento. Melhor gosto tiveram os arquitetos que conceberam o novo Campo das Cebolas, em Lisboa, onde o granito foi a escolha.

Este bom gosto é intemporal, um bom exemplo da escolha do granito é, por exemplo, o espaço público da Gulbenkian, também em Lisboa. Aliás, na capital faz-se o possível por preservar zonas de calcário ou de granito nas ruas que são alcatroadas. Note-se que o metro quadrado de pavimento de calçada de calcário é significativamente mais caro do que o de granito.

Igual bom gosto , pelo que merecem os nossos parabéns, os proprietários do projeto de turismo rural “Casa de Cacela", que optaram pelo granito para dar classe e qualidade estética à área exterior desta excelente unidade de turismo rural. É uma pena que os responsáveis pela nossa autarquia não tenham o mesmo sentido estético, hoje teríamos uma Praça Marquês de Pombal mais bonita, com mais dignidade e menos porca. Além disso ainda se tinha poupado muito dinheiro em pedra de má qualidade.