NATAL



Desejar Boas Festas é quase uma instituição,l quase um lugar comum. Apesar dos motivos para festejos não serem muito grandes não deixamos de fazer a pensar em especial nos que passam por mais dificuldades e nos muitos que estão na Diáspora, porque são cada vez mais os que não encontram espaço para o futuro no nosso concelho

Infelizmente os tempos são muito difíceis, parece que desta vez o Pai Natal só veio para aparecer na fotografia ao lado de autarcas que gostam muito de ver as suas selfies nos sites da Câmara Municipal. É uma pena que não tenha vindo de trenó pois se tal tivesse ocorrido receamos que com tão poucas renas o trenó em vez de ser puxado por renas seria empurrado por cabritas.

Nunca os Cabritas nos deixaram tantas prendas no sapatinho: cortes nos apoios sociais, aumento do preço da água, aumento das taxas de saneamento, aumento de tudo quanto é taxa camarária, cortes radicais nos apoios sociais, cortes a direito nos apoios ao associativismo, só se esqueceram de cortar nas suas próprias banhas o que, aliás, até seria muito saudável. 

Por mais que a bazófia dê lugar à sonsice, a verdade é que teremos um Natal triste e não será o único como alguém sugeriu nas suas tiaguices radiofónicas. Serão 30 anos de natais miseráveis, pelo menos para os menos abastados e mais afastados da manjedoura municipal. Enquanto uns andam de almoçarada em almoçarada, outros conheceram o desemprego, os cortes nos rendimentos e, pior ainda, a incerteza e falta de esperança no futuro.

Seria cinismo desejar um Bom Natal aos que só têm espírito natalício porque dá jeito, ignoramos os oportunistas, os empresários do regime, os déspotazinhos da paróquia e os seus jagunços, os avençados e todos os que não terão razões de queixa deste Natal. A esses desejamos que um dia também conheçam os sacrifícios que agora estão a impor aos outros, a começar pelo desemprego.