A 999.ª VÍTIMA



Desta vez a mulher assassinada foi ignorada, não se ouviu uma única condenação do assassino, antes pelo contrário, houve quem mostrasse fotografias na companhia do casal e agradecesse ao presumível assassino pela estadia agradável em Havana e pelo tratamento da psoríase, que desejamos sinceramente que tivesse sido curada pela moderna medicina cubana. Até houve quem viesse ao LdF comentar que todos em VRSA deveríamos estar gratos à personagem. 

Em todo o lado omite-se que era um funcionário cubanos, sugere-se que era jornalista da oposição ao regime e colaborador do pasquim da confraria. Esconde-se que era coronel do exército cubano, que viveu em VRSA à nossa conta, onde não passava do chefe da secreta cubana sob o disfarce da Fundação José Marti. O disfarce do agente era tão perfeito que se fazia passar por socialista e especialista em conflitos familiares.

Ainda na semana passada o presumível assassino participou num seminário sobre gestão da ira:

"Si es un tema familiar yo creo que lo que más resuelve las cosas es no tomar una decisión en un estado de ira y dejarlo para después. Es decir, lo que ibas a hacer en ese momento es mejor dejarlo para mañana"

Enquanto em VRSA se fazia o elogio do assassino, em Espanha contabilizava-se a 999.ª mulher assassinada desde que se recolhem dados e o Ayuntamento de Aiamonte decretava dois dias de luto municipal. Deste lado do Guadiana faziam-se partilhas envergonhadas da notícia como quem manda um abraço, diz-se que o povo devia estar grato e partilha-se uma foto com a vítima e o seu assassino onde os quatro transbordam de felicidade. De um momento para o outro fomos transportados para Sinaloa, como se estivéssemos prestando homenagem ao último patrão do tráfico.

De repente o passado incómodo para muita gente voltou a VRSA, um passado de estranhos silêncios e conluio, de mentiras e de muito dinheiro mandado para ajudar o regime cubano. Uma história triste a que voltaremos em breve porque há ainda um balanço a fazer e muita coisa que carece explicação, uma explicação que há quem em VRSA esteja em condições de a dar mas preferem andar a cantar e a declamar poemas do que a explicar aos vila-realenses muito do que aqui sucedeu.

Nesta VRSA convertida numa "Sinaloa" à beira do Guadiana pela direita mais idiota do país, onde há poucos dias e muito bem se condenou publicamente um matador local de mulheres, elogia-se agora o bandido como se fosse o patrão do cartel de Sinaloa e só falta que alguns empresários protetores e protegidos peloclã do regime façam um peditório para que se construa uma jazida para o bandido, com~ar condicionado e vidros à prova de bala.

Uma vergonha!