SEJAMOS HONESTOS SFF



A reunião do executivo camarário realizada do passado dia 11 de junho foi muito interessante porque as redes sociais foram o tema central da discussão dates da ordem do dia, com os vereadores a queixarem-se de que sabem o que se passa pelas redes sociais )vide Largo da Forca) e a presidente a sugerir que estão lendo mentiras, já que as verdade é o que ela diz em comunicados oficiais.

Note-se que o que estava em causa não eram as redes sociais geridas por confrades onde tudo é verdade, incluindo os comentários ofensivos e reveladores de uma total ausência de educação feitos pelo mano ou pelo filho do Guarda Fiscal da FEC-ML. Aí tudo é verdade, onde parece ser tudo mentira é aqui, ainda assim parece que é aqui que os vereadores da oposição se informam. Compreende-se, nesta autarquia tudo parece ser segredo e acumulam-se os pedidos de informação feitos pelos vereadores da oposição ou mesmo os requerimentos de cidadãos que pedem acesso aos processos ao abrigo da lei de acesso aos documentos administrativos.

Sobre a honestidade dos comunicados oficiais basta recordar um famosos comunicado onde a autarca apresentou um pedido de desculpas ao Governo e ao FAM (que, entretanto, desapareceu do site da CM), acusando o Largo da Forca de ter descontextualizado declarações suas para ficarmos a conhecer os seus critérios de honestidade intelectual. 

Quem ouvir o Podcast da reunião fica a perceber que se as piscinas não foram encerradas a partir do dia 1 de junho, tal como foi anunciado formalmente pelo vice-presidente da autarquia às associações, foi por causa da indignação que essa decisão gerou na população, algo que resultou da divulgação daquela decisão no Largo da Forca. Mas vir dizer que o que foi divulgado é mentira já é demais! Na mesma conversa a presidente acusa-nos de mentirosos e depois pergunta ao vereador da oposição se nunca mudou de opinião, recuando numa decisão...

A referida reunião realizou-se a 20 de maio e nela o vice-presidente da autarquia fez uma intervenção onde informou que as piscinas seriam encerradas a partir do dia 1 de junho, isto é, dez dias depois e sem qualquer margem de negociação. Os clubes reagiram oferecendo-se para fazer contrapropostas.

Outro assunto aqui abordado e que, afinal, era verdade, diz respeito a um processo disciplinar a um funcionário da SGU, que a autarca confirmou e que foi objeto de uma queixa ao MP. Compreende-se o silêncio, mas não é verdade que se trate de uma mera questão disciplinar. Se um funcionário desviou dinheiro ao longo de muito tempo, a crer no que consta na vila, isso significa que ou ocorreu um roubo bem feito ou o controlo de gestão interno da empresa falida é incompetente. Era bom que se esclarecesse esta questão, porque sendo a autarca presidente da empresa falida tem a responsabilidade de gerir bem o que ainda resta ou funciona numa empresa que está moribunda.

Só mais uma pequena nota final. Já nos tinha chegado a informação de que pelo menos duas crianças terão sido atendidas no Centro de Saúde em consequência de problemas de saúde que poderiam estar relacionados com a utilização das piscinas. Tentámos obter informações adicionais e não conseguimos a confirmação, pelo que optámos por manter silêncio, para não lançar o pânico, ainda que consideremos que estando em causa a saúde pública este é um valor superior a considerar.

Mas a questão foi suscitada por um vereador da oposição e a resposta da autarca é inaceitável, sugerindo que sugerir tal hipótese era falta de respeito pelo trabalho das funcionarias da limpeza. Desde quando é que os problemas de saúde pública são consequência da mais ou menos dedicação dos funcionários? O assunto é sério de mais para que uma autarca o use para atirar funcionários contra vereadores.

Por mais controlos de qualidade que se façam há sempre o risco de algo falhar e só a hipótese de algo ter falhado, mesmo que remota, deve suscitar preocupação e uma avaliação rigorosa por parte de autarcas e autoridades de saúde. É lamentável que assuntos tão sérios sejam abordados de forma leviana e esperemos que esteja tudo bem.

Sejamos honestos, a ocupação dos jovens, o funcionamento de infraestruturas municipais, os dinheiros da autarquia e a saúde pública não são coisas a ser geridas a pensar nos votos das funcionárias da limpeza ou de quem quer que seja, está em causa o município, a saúde dos nossos jovens e a verdade.