O PREÇO DA FANFARRONICE




Enquanto tiveram crédito para esbanjar dinheiro como se não houvesse amanhã os nossos autarcas, gente distinta como o Luís Gomes, a São Cabrita, o Carlos Barros ou o Luís Romão, todos os dias inventavam uma forma de mostrar a sua grandeza, num dia vinha o Castelo Branco, no outro cantava o Quim Barreiros, era semanas do dia internacional da mulher e até criaram um serviço municipal de saúde com sede em Havana especializado em tratar cataratas.

Agora o governo pretende descentralizar competências e precisamente em dois domínios que sempre foram muito acarinhados pelos nossos autarcas e, em particular, a nossa São Cabrita, estão em causa competência sobre a gestão de terrenos portuários, designadamente:
  1. "A gestão de áreas afetas à atividade náutica de recreio e dos portos ou instalações de apoio à pesca não inseridos na área de juriscdição dos portos comercionais nacionais principais ou sevcundários;
  2. Gestão das áreas sob jurisdição portuária sem utilização portuária reconhecida ou exclusiva e de áreas urbanas de desenvolvimento turístico e económico não afetas à atividade portuária."
Vale a pena ler a justificação dada para propor que não se aceite a descentralização:

”O Município de Vila Real de Santo António está intervencionado pelo Fundo de Apoio Municipal desde o ano de 2016, estando atualmente focado na recuperação financeira e diminuição da dívida pelo que, não é concretizável à luz deste enquadramento a transferência de novas competências para a esfera municipal, a qual é expectável que obrigue à assunção de novas despesas e à reorganização dos serviços.”

Isto era para dar vontade de rir mas, infelizmente, em vez de rirmos até às lágrimas, estas vão ser de choro. Não foi nem o Luís Gomes, nem a São Cabrita que perderam a jurisdição sobre a zona mais importante do concelho, algo que seria quase histórico para a sua sede. É todo o concelho que fica a perder pois apesar de toda a basófia com as frentes ribeirinhas a verdade é que uma boa parte da marginal de Vila Real de Santo António vai continuar a parecer um bairro da lata.

A ESSE é dona das ruas, a Grand House prepara-se para ser dona do Grande Hotel e só não abocanha a Alfândega ao preço da uva mijona porque a manobra correu mal enfim, um dia destes a CM ainda vai ter de vender a sede a um qualquer grupo hoteleiro para ali se instalar um hotel e ajudar a pagar as dívidas que esta gente vai deixar às próximas gerações. Um concelho arruinado, incapaz de assumir a soberania sobre os terrenos livres do concelho cuja gestão o Estado queria entregar-lhe.



Agoira que o circo está desmontado vemos a autarca a dizer que não tem nem dinheiro nem organização para gerir a zona ribeirinha onde agora manda a Docapesca. O que é feito dos projetos do Dubai do Guadiana que custaram 150 mil euros pagos ao arquiteto Ricardo Bofill? Onde estão os 150 milhões de euros de investimentos que prometeram e que justificaram duas visitas da Ana Paula Vitorino mais o seu fiel escudeiro Apolinário? O que é feito do aluno que foi melhor do que a pobre mestre, agora ministra do Mar? Para que serviu a SGU cujo enterro já anunciaram?

Não estamos apenas perante o maior embuste na história de VRSA, cujos autores foram o Luís Gomes, a São Cabrita, o Carlos Barros, a Ana Paula Vitorino e o Apolinário, estamos perante o maior desastre financeiro ocorrido num município em toda a história de Portugal. Um Município que parece servir apenas para pagar os vencimentos de uma elite bacoca do PSD mais os seus avençados e que diz passo em tudo o que é importante para a terra.

Enfim, tenham vergonha e demitam-se enquanto povo não perceber todo o embuste que tem sido a gestão da autarquia e o desastre em que ficou o concelho.

PS:  Pedimos desculpa aos que acham que só devemos dizer coisas bonitas, silenciando quaisquer críticas e defendendo que tudo não passou de alguns erros do Luís Gomes, os mesmos que não prejudicam a terra quando fazem campanhas na EN125 e tiram fotografias da estrada ou que fazem campanhas porque o negócio foi incomodado com o encerramento da Rua Teófilo Braga.