A SGU está tecnicamente falida, há muito que estava condenada e a execução da sentença teve início com a venda das águas, ao longo de anos serviu de veículo de despesa e de crédito, foi criada com o objetivo de gastar dinheiro e agora que a autarquia está arruinada a SGU está sem dinheiro. Há muito que se sabia que este monstro tinha os dias contados e por mais que a autarca tente iludir a realidade é evidente que está em fase de liquidação, restando saber que serviços podem ser internalizados nos serviços da CM e que funcionários poderão transitar para o seu quadro.
Mas a SGU é muito mais, é um imenso monstro financeiro de dimensões desconhecidas. Se os truques usados no passado para disfarçar as dívidas na autarquia começam a fazer-se sentir, como resulta do último relatório do FAM, é de esperar que a liquidação da SGU todo o buraco gerado por esta empresa acaba por ter de ser assumido nas contas da CM. Finalmente ficaremos a saber quanto custou ao município uma aventura financeira iniciada por Luís Gomes mas que beneficiou do apoio de algumas personagens da Assembleia Municipal, que depois de eleitas pela esquerda se bandearam para a direita, a cujo serviço têm estado desde então.
Apesar de a liquidação da SGU ter sido feita em segredo e sem que tenham sido dada quaisquer informações ou explicações aos vila-realenses, é inevitável que esteja para breve a divulgação de toda a verdade e então ficaremos a saber a verdadeira dimensão da dívida com concelho. Não serão dados definitivos, porque ainda existem muitos milhões escondidos em processos judiciais que apenas servem para ludibriar as regras contabilísticas, mas estaremos mais perto de uma verdade que cada vez é mais monstruosa.
A autarca pode tornar a gestão quase opaca, mas não poderá esconder eternamente uma situação que mais tarde ou mais cedo se tornará incomportável para as contas da autarquia.