ÁGUA, UM NEGÓCIO ILÓGICO E DUVIDOSO



Poderiam ser muitos os argumentos em favor de uma privatização da distribuição da água num pequeno concelho, não porque tivéssemos de concordar com eles, mas porque alguns corresponderiam a opções lógicas.

O argumento mais típico é o de que a gestão privada ´+e mais competente do que a gestão pública. Sucede que a distribuição da água sempre esteve a cargo do município e ao longo de muitas décadas nunca alguém questionou a sua gestão ou sentiu uma necessidade evidente de a mudar de forma radical. Aliás, a incompetência chegou com a invasão de bois promovida por Luís Gomes.

Poder-se-ia dizer que se a privatização das águas seria uma questão de valores ideológicos, mas no discurso da São Cabrita, a verdadeira responsável pela concretização da venda do negócio das águas, nada há de ideológico. Aliás, a presidente da autarquia privatizou sem dado alguma justificação aos munícipes. Limitou-se a fazer aprovar a venda, bem como um aumento dos preços da água, tendo na ocasião assegurado que as famílias iriam pagar menos, algo que hoje todos perceberam que foi mais uma patranha.

A necessidade de proceder a investimentos poderia ser um argumento, mas a verdade é que a rede não carece de investimentos imediatos e os investimentos prometidos pela concessionária pouco mais serão do que a mera manutenção, com os valores ajeitados para cumprir o contrato-o. A verdade é que a empresa recebeu o negócio que vai pagar com as receitas que recebe, é um excelente negócio como os vila-realenses estão percebendo pela leitura das faturas.

Não parece que existam argumentos ideológicos, políticos ou económicos que fundamentem este negócio. Pior, ao fazê-lo a presidente da autarquia assinou a sentença de morte da SGU e com isso vai muito provavelmente mandar muitos dos seus colaboradores para o desemprego. Pior ainda, com o fim desta importante fonte de recita a autarquia arrisca-se a que um dia destes fique numa situação de insolvência que a impeça de pagar os vencimentos dos funcionários, já que agora não tem qualquer fonte de financiamento.

Se as águas tivessem permanecido na posse da autarquia e esta tivesse promovido as mexidas nos preços e na faturação que foram feitas pela concessionária, teria agora uma situação financeira bem melhor. O fim das borlas dadas aos eleitores mais fidelizados, o aumento dos preços e a aplicação de multas tem gerado à concessionária receitas adicionais que poderiam ajudar a salvar o Município.

Se não há razões ideológicas, económicas e políticas para privatizar a água e a São Cabrita não só insistiu no negócio como promoveu um aumento de preços para que este fosse mais lucrativo que outras razões desconhecidas a levaram a fazer este negócio?

Da mesma forma que promoveu uma sessão pública par discutir a EN125, propomos agora que promova ao reunião pública para discutir com os munícipes um balanço do que tem sido a privatização das águas. Talvez consiga explicar a lógica deste negócio e demonstrar que a qualidade da água é maior ou que o seu preço diminuiu.