DE QUE TERÃO TANTO RECEIO?



A autarquia onde não querem que se saiba o que lá se passa?

Os projetos dos diplomas que o governo aprova são do conhecimento público muito antes de serem aprovados em Conselho de Ministro. Desta forma a comunicação social divulga as intenções do governo, os especialistas e opinion makers tecem considerações, os  cidadãos têm a oportunidade de se manifestar e até de promover movimento contra a adoção de novas regras.

Mesmo documentos muito pesados como os orçamentos são divulgados com grande antecedência, o governo entrega os projetos formalmente ao Presidente da Assembleia da República e a partir desse momento coloca-os online, à disposição de todos. Uns debatem-nos, outros, como o nosso ilustre deputado Carlos Barros, vasculham nele oportunidades para darem ares de grandes amigos do Algarve.

É assim em todas as democracias, os cidadãos sabem o que se passa, o que se pretende aprovar, podem participar no debate e são estimulados a fazê-lo. Mas é assim em todas as democracias? Não, há uma espécie de aldeia gaulesa, onde manda uma família de Obelixes, onde se considera que tudo o que vai a aprovação nos órgãos autárquicos é tão secreto que até os vereadores só podem ter conhecimento dos documentos o mais tarde possível, chegando-se ao ridículo de enviar projetos de orçamentos poucas horas ou poucos dias antes da sua aprovação.

Ainda nestes últimos dias fizeram aprovar documentos visando criar condições para enterrar a SGU sem que tivesse dito qual era a intenção. O ridículo da situação é que andaram meses a preparar o encerramento, enquanto a autarca dizia que era coisa que ainda não estava decidida, para agora, muito de repente, fecharem a SGU quase de um dia para o outro. Assim, os munícipes foram marginalizados de uma decisão que tem que ver com o maior buraco financeiro aberto por essa equipa maravilha formada pela São, Pelos dois Luíses, o Romão e o Gomes, e pelo Carlos Barros. Mais tarde ou mais cedo perceberemos a razão de tanta coisa escondida…

Mas, o mais grave, é que essa gente está tão convencida de que pode governar quase em segredo e impondo o secretismo que já consideram os documentos que enviam aos vereadores como sendo confidenciais ou reservados. O ridículo chega ao ponto de vermos uma presidente da autarquia acusando um vereador do grande “crime” de mandar os documentos para o Largo da Forca. O receio da crítica é tanto que já leva ao disparate, ao ponto de uma presidente de uma autarquia injuriar publicamente um vereador, fazendo-lhe falsas acusações.

O medo está a levá-los à paranóia e o simples fato de dois dias antes de uma reunião do executivo comunitário, lerem um post elaborado com base na ordem de trabalhos, um documento que todas as câmaras municipais deste país tornam público, levou a autarca a fazer falsas acusações, arriscando-se a ter de ir a tribunal explicar-se. Porque será ue o receio de que saiba alguma coisa os leva à asneira?

Esta gente não parece perceber que um dia tudo se vai saber e que por menos documentos que sobrevivam, vão existir os suficientes para se saber de tudo o que foi feito e daí se tirando todas as consequências.