Depois de um comunicado esclarecedor onde, finalmente, denunciou a herança triste que o Luís Gomes lhe deixou, a nossa São explicou aos vila-realenses que graças a ela o concelho vai livrar-se dessa hemorragia financeira que designaram por SGU. Esperemos que num próximo comunicado, em vez de ir ao notário tomar posse dos tarecos da herança que o outro lhe deixou, vá ali ao lado da tasca do Abílio, onde já se comeu tanto peixe fresquinho, para entregar alguns processos interessantes e dignos de uma auditoria.
Foi brilhante a ideia de juntar os funcionários da SGU para uma preleção sobre o seu futuro, na companhia de vereadores mudos e com a presença do pessoal do centro de emprego, a fazerem de bombeiros e de 112 para o caso de algum potencial desempregado precisar de um conselho “clínico” especializado. Mas tal não foi preciso, a sessão correu tão bem que até se ouviram aplausos, o primeiro para mostrar como se ama uma autarca que quase vai às lágrimas pelos seus funcionários e no fim em sinal de agradecimento.
Sabemos agora que apesar da duplicação de organogramas, tudo o que há na SGU não há e faz falta na CM. Não podíamos estar mais de acordo, quem pode dizer que a autarquia não precisa de um “padre” ou mesmo de outros sacristães, um cristão novo vindo do PS e um outro que andou anos enganado a fazer de sindicalista. O que não faltará na CM são missas e homilias, aliás, com mais uns tempos de São ainda vamos ter de dar a extrema unção ao concelho.
Podemos estar descansados cancro vai acabar, a São vai livrar-se da herança maldita que lhe foi deixada pelo Gomes, mas milagre dos milagres, o cancro acaba mas todos os funcionários sem exceção terão lugar assegurado na autarquia, tudo graças à São, desde o Renato ao Vicente e acabando no padre. Todos terão ordenado garantido e como a São precisa de um ano para saber o que vai fazer deles, ainda lhes promete que durante 2019 terão um contrato. Não se sabe o que vão fazer, em que gabinetes ficarão ou quanto vão ganhar, sabem apenas que terão um ano em que se poderão entreter até a São saber o que fazer. Ao que parece vai procurar outra autarquia que tenha esturrado cem milhões com uma SGU para saber o que fazer deles.
A solução foi tão boa e merecedora de palmas que até nós vamos perguntar à São se ainda teremos um contrato com vencimento chorudo a troco de irmos às suas arruadas na próxima campanha eleitoral.