O "ANTES DA SÃO" FARIA MELHOR DO QUE A "AGORA É SÃO"?



Os crentes mais incondicionais do cantor do “antes da São”, o agora famoso cantor das botinhas brancas, tentam passar a ideia de que o seu mágico faria aparecer dinheiro de algum lado, a São é que é uma desajeitada e não se consegue desenrascar. Percebe-se a estratégia, a aposta no portanhol para encontrar espaço no mundo da música pimba não é fácil e convenhamos que mesmo com camisinhas com padrões de leopardo a lembrar um famoso que andou por cá no Carnaval também não ajuda muito.

Mesmo numa autarquia falida a vida de um presidente de câmara proporciona umas facilidades, para além de um ordenado, para não referir que mesmo com pouco dinheiro para negócios sempre há um bocadinho de mata ou de marginal para vender, mesmo quando se sabe que o terreno não pertence à autarquia. E com uma boa amiga que nos deve algumas gorjetas no governo, mesmo no governo do mafarrico do Costa, sempre havia a esperança de nos cederem ums metros quadrados da zona da muralha, que é para isso que servem os estudos desnecessários ou as nomeações dos Apolinários quando estava na oposição.

Mas a verdade é que no estado em que deixou o concelho o cantor das botinhas brancas, que o Tribunal de Contas considera que pode ser condenado por desrespeito grave do PAEL, só arranjaria dinheiro se conseguisse engarrafar água do rio apanhada na doca e a vendesse aos turistas como se fosse água das praias de Miami e com um disco do “dime porque” como bónus.

Quando já estava insolvente o cantor das botinhas brancas recorreu ao PAEL, não para reequilibrar as contas mas, como se viu mais tarde, para poder gastar mais. Quando já não tinha mais para gastar e até teve de dispensar os muchachos de Havana recorreu ao dinheiro do FAM. Mais uma vez em vez de aproveitar a ajuda para reequilibrar aproveitou-a para ter dinheiro para gastar mais. E como se todas estas manobras não chagavam, ainda vendeu terrenos que não lhe pertenciam, arranjou esquemas para esconder dívidas e gastou dinheiro até ao último tostão.

A ideia era esperar que o diabo voltasse e o Passos Coelho regressasse ao poder. Depois de ter vendido as águas ao amigos do Passos Coelho e com o estranho negócio da ESSE certamente o amigo de Belém colaboraria numa solução matreira. Talvez a venda do Parque de Campismo ou um bom bocado da mata, do lado do mar ou do lado das hortas. Pagava uma parte da dívida e tinha dinheiro para voltar ser um presidente com hábitos e gostos burgueses.

Mas teve aquilo a que se designa por azar dos Távoras, o amigo de Belém mudou-se para Peniche, e a incompetente que deixou no seu lugar já não sabe o que fazer à vida com a desgraça que tem vindo a encontrar na SGU e na CM. Uma desgraça tão grande, que mesmo a pobre senhor que supostamente conhecia os cantos à casa ficou surpreendida.

E o que tem feito o cantor da botinhas brancas que ainda manda no PSD loca? Veio em defesa da “agora é São”, assumiu as responsabilidades pelo estado em que deixou o concelho, fez sugestões mágicas para resolver os problemas, manifestou solidariedade com aqueles a quem deixou a autarquia à consignação?

Não, demonstrando uma grande coragem e frontalidade tem andado por aí a cantar ou a tirar fotos armado em pistoleiro, como se precisasse de ajuda para meter medo e deixou a sua sucessora enfrentar os problemas senão mesmo pior do que isso. 

De certeza que o cantor das botinhas brancas resolvia o imenso buraco e o estado miserável em que deixou o concelho? Então que peça ao seu subordinado da Rádio Guadiana que lhe dê antena e explique como o faria, em vez de entalar a “agora é São” o seu dever é vir defendê-la e prestar-lhe ajuda, é assim que se comportam os políticos sérios.

Agora sim que é uma excelente oportunidade para o cantor das botinhas brancas mostrar o quanto competente é como líder do PSD e como antecessor e putativo candidato a sucessor da ”agora é São”.