Alimentado por milhões de euros de uma dívida em crescimento
contínuo, VRSA foi transformado num verdadeiro circo de palhaços ricos, a São
era uma mãos largas nos apoios sociais, o Barros era o “palhaço” da cultura
apresentando livros e comprando obras de arte, o Luís Gomes era o “palhaço”das
obras projetando duas Dubais, uma em VRSA e outra em Monte Gordo.
O amigo recebe um uma fatura inesperada de água? Fique
descansado, não pague porque ninguém lhe cortará o abastecimento de água, não
precisa de poupar, a SGU não lhe cobrará nada, terá uma borla vitalícia. A casa
é cara? Não se preocupe, esqueça as regras, o senhor presidente já lhe ficou em
renda numa dúzia de euros e se não quiser pagar, deixe estar porque a bondade
do homem é ilimitada.
Toma lá €500.000 para a astróloga, um perdão da dívida para
a ESSE, a expropriação do Hotel Guadiana para uns amigos, um milhão para o Mendes
que tanto nos ajudou com a sua rádio, envelopes
com o timbre da manita da confraria. Tudo à fartazana porque VRSA teve a
sorte de eleger um presidente e uma presidente como nunca se viu, transformam a
areia dos Três Pauzinhos em dinheiro. Os da Castro Marim são tesos, os de
Tavira safam-se porque o escondem na gaveta, mas nós em VRSA temos dinheiro que
nunca mais acaba, parece um poço de petróleo da Arábia Suadita, quanto mais se
tira mais ele jorra.
E de repente tudo acabou, lá se foi a fartazana, tudo corre mal
ao pessoal e família do poder, parece que de repente todos batem com o focinho
num dia treze, tudo lhes corre mal, é só azar. Não há dinheiro, o camião está
avariado, o repuxo continua seco. Acabou o milagre, afinal era tudo uma
palhaçada, o dinheiro acabou e se a única fartura que parece que ainda
sobreviveu são os almoços fartos das confrarias que “nos” convidam, tudo regado
com dinheiro de outras autarquias, porque aqui está tudo tão teso que até as
procissões dos obesos do atum já se realizam em Ayamonte, porque nem com a mana
a pedincha dá.
A manita da confrade não tem dinheiro para pagar o que deve
e consta que já há rescisões e despedimentos, estão dando cabo do atletismo e há
três meses que os triatletas esperam por uma reunião, as rendas dos bairros têm
aumentos de 300%, cobram-se duas faturas da água no mesmo mês mais uma multa
porque a carta não chegou, as piscinas escaparam-se por um fio, se os
estudantes precisam de um autocarro mandam-nos pedir em Castro Marim, o lixo espalha-se,
os dejectos dos cães são uma imagem de marca das ruas, a Rua Teófilo Braga está
uma vergonha.
A palhaçada acabou ao fim de doze anos, agora que o circo
partiu ficamos com uma realidade quase miserável, um concelho em ruínas onde só
os senhores do Hotel Guadiana, da ESSE, das águas, da prime, dos restaurantes
do passadiço, da rádio do Mendes e mais uns quantos estão contentes.