CARIDADE ELEITORALISTA


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Há muito que em VRSA os políticos locais em vez de combaterem a pobreza aproveitam-se dos pobres para conseguirem votos fáceis. Talvez devido a esta abordagem política oportunista a autarquia de VRSA nunca teve aquilo a que podemos designar por política social. Aquilo que muitas figuras políticas locais defendem é a caridade eleitoralista. Um bom exemplo da sínteses deste oportunismo é a Mão Amiga, uma organização que parece estar acima de tudo e representa a simbiose local entre vários partidos e os seus bandeados.

É incrível como ao longo de décadas nunca foi feito um combate sério da pobreza, promovendo a integração e qualificação das famílias que ao longo de década são mantidas na pobreza. E em vez de vermos os dirigentes partidários locais discutirem as políticas de combate à exclusão, assistimos a uma corrida à melhor imagem do amigo dos pobres. É uma visão absolutamente vergonhosa, que devia envergonhar os políticos locais, mas tudo parece absurdamente normal.

Esta alegria “cristã” está tão entranhada que não há peditório onde a autarca (e não só) não apareça. O ridículo é tanto que a nossa autarca parece não perceber que ao se desdobrar em tantas iniciativas junto dos pobres, recorrendo aos laços com as ONG passa a ideia de um município com graves problemas de pobreza. Mas em em privado a história é outra, é a autarquia a mandar cartas com aumentos de rendas e ameaça e, por outro lado, a advogada do regime armada em homem do fraque, enviando ofícios cheios de ameaças a gente pobre, que não sabe defender-se, nem pode pagar avenças de 20.000€ a advogados do regime que se dividem entre avenças e pequenos-almoços em Miami.

Mas o mais grave é que na penumbra deste sistema político local absolutamente miserável os menos afortunados desenrascam-se graças a iniciativas e voluntários que ao mesmo tempo que são marginalizados ou perseguidos pelo regime fazem chegar os alimentos ao que sem o seu apoio passariam fome, apesar das muitas fotos dos figurões da caridade eleitoralista.

Uma das prioridades da autarquia tem de ser a adoção de uma política social que ponha fim à pobreza em Vila Real de Santo António, promovendo a cidadania entre os mais excluídos, devendo os políticos absterem-se de serem oportunistas.