O CORONEL ASSASSINO




O tema é tabu e desde que o coronel cubano, entretanto promovido a “dissidentes”, matou a mulher em Ayamonte, suicidando-se de seguida, ainda é mais tabu. Desde que os cubanos sairão misteriosamente de VRSA que o homem não era referido nas redes sociais, quando assassinou a mulher ainda houve quem lhe tivesse prestado homenagens públicas, mas depressa apagaram-se os posts.

Não é só o coronel que todos nesta terra parecem querer enterrar, todos querem esquecer a sua passagem pela vida política vila-realense, uns porque o assunto arde, outros porque incomoda, alguns porque ainda têm um fraquinho por Cuba e outros porque receiam que o coronel se transforme num inconveniente para o futuro. E com o coronel querem enterrar o que se passou. Mas ficam muitas respostas por dar.

Há quem queira apagar a história ou mesmo revê-la, para que alguns dossiers camarários dos últimos anos e um deles é precisamente a passagem cubana por VRSA. O mais curioso é que não é o Luís Gomes que quer esconder o assunto, até porque o próprio autarca não se cansa de apresentar ao lado dos seus amigos cubanos.

A primeira pergunta que seria interessante ouvir uma resposta é quantos cubanos e quanto custavam essas personagens ao erário municipal? O que fizeram, durante quanto tempo estiveram cá, quanto ganhavam e quem lhes pagavam, quem lhes pagava os telemóveis, tinham acesso a cartões de crédito, quem lhes pagava a residência, qual o tipo de intervenção nos processos políticos e em particular nos processos editoriais?

Calculo que alguns irão rir à gargalhada mas dizer que o coronel estava cá para promover as relações culturais e que a Fundação José Marti nada tem que ver com os serviços de informação do regime cubano, isso sim que é uma anedota de nos fazer rir até às lágrimas. Não deixa de ser curioso que em Cuba os homem da cultura tenham patentes militares, uma estranha coincidência com o modelo dos serviços de informação dos antigos países ligados à ex-URSS.

Espremo que a bem de todos os partidos esta parte da história de VRSA não seja apagada e que os documentos e todos os outros rastos não sejam eliminados. Já se percebeu que o tema provoca muitas reações estranhas, desde ataques de riso às mais diversas erupções cutâneas.

PS: Convém recordar que Erasmo Lazcano não era uma qualquer fi~gura secundária do regime cubano, era primeiro vice-presidente da Sociedade Cultural Jose Marti.