Um dos discursos de bazófia preferidos pelos nossos ilustres
e finos autarcas, com destaque para a Dra. Cripriano é o do turismo de luxo e
do dinamismo empresarial. A outra bazófia preferia da autarca é a dos apoios
sociais. Até parece que em VRSA há duas manitas amigas, uma manita amiga que
leva alguns passeios ao colo com o dinheiro da autarquia, e uma outra manita
que também com dinheiro da autarquia dá bifes duros a troco de votos no regime.
Talvez em reconhecimento pelo apego da família Cipriano ao
turismo de luxo o então líder do regime Luís Gomes ajudou o seu deputado
municipal a grande líder da Confraria do Atum, tirando dali o perigoso Lança e
agora até o seu sucessor assegura que a confraria nasceu no dia em que ele foi
eleito com meia dúzia de votos de comensais mais militantes.
É, portanto, surpreendente a reação virulenta, mais parecendo
um grito de alguém em grande sofrimento ortopédico em consequência da conhecida
“dor de corno”, a que alguns também designam por “dor de cotovelo”, só porque um
restaurante do concelho foi distinguido com uma estrela Michelin, um símbolo de
grande excelência reconhecido mundialmente, que poucos restaurantes portugueses
podem exibir.
Então a nossa sagrada família, tão defensora do dinamismo
económico, que gastaram milhões no papel de manita amiga do dinamismo empresarial
e do turismo de luxo, cheios de caganas por causa do hotel de 30 camas com
donos anónimos, refere-se a um restaurante que pode ser símbolo de excelência
de todo o concelho de uma forma o mais rasca possível? Diz o ilustre deputado,
o peso pesado político do regime.
Então grande líder da maior associação gastronómica do Baixo
Guadiana e arredores refere-se a um restaurante com uma estrela Michelin desta
forma ridícula: “isto das "star's du michelin" é tudo uma cagana
pegada e na digo mai nada.”. Até parece que o pessoal do restaurante lhe fez
alguma vontade.... Mas ainda mais ridículo do que o golpe baixo é a gastronomia
caseira e bem servida que o ilustre deputado municipal e príncipe herdeiro do
regime já que a mana não tem primogénito, contrapõe à gastronomia de um
restaurante com uma estrela Michelin.
Quando se esperava um prato de cozinha mediterrânica e mesmo
um dos bons pratos de atum servidos na nossa terra, o homem coloca a foto de um
prato que mais parece comida para galinhas alemãs. Se não sabe cozinhar atum ou
se não tinha foto disponível, podia muito bem ir ao Facebook do Dr. José Lança, o competente membro da direção que o antecedeu antecedeu na liderança da confraria, que a um ritmo
quase diário nos enche a boca de água com os seus pratos típicos da terra. Dignos
pelo menos de uma estrela Mabor, os pneus tugas!
Mas dizer que dois ovos estrelados com ar de terem sido
atropelados por um camião da Ecoambiente, umas batatas fritas de pacote com
óleo a escorrer e três fatias de presunto mais finas do que as folhas de ouro
usadas para dourar os anjinhos de pila pequenina da nossa talha dourado do Barroco,
dentro de um prato com um logótipo a lembrar um restaurante de auto-estrada só
merece uma gargalhada. É este belo prato que um líder de uma associação gastronómica
opõe à comida gourmet.
É caso para sugerir ao ilustre deputado que se deixe destas
culinárias e vá comer na Mão Amiga...