A CONFERÊNCIA

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O candidato tira notas, o governante manda SMS e a deputada sorri


Quase ninguém no concelho deu conta da grande conferência que foi organizada para lançamento público do candidato Álvaro Araújo. Foi feito um grande esforço para compor a sala, vieram governantes amigos, ilustres académicos de Faro, altos responsáveis do Estado que se apresentaram como tal, militantes de Tavira, Faro e arredores.

Certamente graças aos bons ofícios do candidato estavam feitas as pazes com os Vasques, estava esquecido um post do Vasques no seu Facebook em que tinha tornado pública que se tinham acabado os empréstimos de salas para as reuniões partidárias organizadas pelo Senhor Rui, que a partir daí passou a reunir em salas alugadas, por causa do buraco no telhado por cima do Sem Espinhas.

A máquina estava oleada, a orgânica da candidatura lançada pelo Senhor Rui Setúbal estava preparada, havia filmagens, o candidato tirava notas, preparava-se a nota de imprensa mais hilariante que já foi lida. O candidato jogava em casa, os empresários lá estavam, tudo tinha de correr bem porque tudo acontecia num promissor dia 7, influência numerológica explicada na brilhante nota de imprensa, certamente obra de quem na candidatura tudo controla.

O candidato fez a apresentação e aproveitou para dar provas de como sabe de economia, de como é oi homem que nos vai salvar. DO alto da sua imensa competência o homem disse coisas como esta:

“Vimos que, para além do comércio, do turismo e das pescas há outros setores emergentes, que permitem apostar na diversificação da atividade económica, nomeadamente a agricultura e a construção e reparação naval.”


O quê? Este senhor descobriu na agricultura  na construção e reparação naval setores “emergentes”. Esta faz lembrar a do outro almirante que numa visita começou por dizer que “desde a última vez que cá vim é a primeira vez que cá venho”. Não seria melhor o homem andar menos em jantares do Luís Gomes e estudar um pouco mais da história económica do concelho?

Percebe-se bem que numa conferência onde o tema era o emprego o candidato que foi o chefe da repartição do IEFP durante tantos anos, tendo lá chegado nos tempos do Eng. Murta (em cuja campanha ninguém o viu) e reconduzido pelos governos do PSD, tenha ficado na primeira fila a tirar notas. Isto é, se no seu tema profissional o candidato se limita a tirar notas, de que temas irá falar?

Se a conferência era sobre o emprego e o candidato chefia a repartição do IEFP no concelho seria de esperar uma intervenção, jogando em casa seria um momento de exibir a sua competência. Além disso, seria uma oportunidade para dissertar sobre esse triângulo virtuoso do emprego no concelho formado pelo IEFP, a Mão Amiga e a CM do luís Gomes.