O CULPADO




A não ser que o regresso do eng. Soromenho passe por uma sessão de “perdoa-me” com o clã Cabrita é bem provável que no caso de o PSD apresentar o ex-autarca como candidato autárquico este tenha um discurso que se vai ouvindo em voz baixa e cuja origem não é difícil de perceber.

Se recuarmos a 2017 constatamos que durante todo esse anos a autarquia exibia uma imagem de fartura, estava-se em ano de eleições e raspou-se o fundo ao tacho para iludir a realidade, nem hesitaram, em ignorar o que tinham acordado com o FAM, da mesma forma que antes já tinham ignorado as obrigações decorrentes do PAEL, era importante manter o poder a qualquer custo.

Depois de conhecido o relatório do FAM relativo a 2017, algo que só sucedeu em setembro de 2018 passou a ser impossível manter a fachada, a autarquia estava à beira da insolvência e a manter-se a estratégia a consequência era a perda de mandato da São e eventualmente o pagamento de pesadas indemnizações ao Estado.

Em 2017 a CM estava tecnicamente falida, o mesmo sucedendo com a SGU e enquanto as receitas das águas eram receitas camarárias, a torneira do crédito dos bancos foi substituída pelo aumento da dívida em água. Isto significa que o eng. Soromenho, o aluno “preferido” da ex-ministra e agora deputada Ana Paula Vitorino, o assessor da equipa do PS na CM de Olhão e agora presidente da assembleia da distrital de Faro do PSD levou a CM para um longo inverno financeiro.

A situação que hoje teríamos seria rigorosamente a mesma, senão muito pior, se em vez da São Cabrita fosse o eng. Soromenho. A verdade é que já não havia espaço para mais artimanhas contabilísticas e depois da tentativa de vender a marginal de Monte Gordo ficou óbvio que nada mais havia para vender e conseguir dinheiro. A não ser que o brilhantismo do eng. Soromenho o ajudasse a encontrar forma de vender a água do rio.

É evidente que enquanto membro da equipa do eng. Soromenho durante todos os mandatos e, em especial, durante o último mandato, em que foi promovida a vice-presidente, a atual autarca tem responsabilidades, da mesma forma que tem o arq. Barros e todos os que ajudaram o eng. Soromenho nas suas equipas. É também verdade que a atual autarca poderia fazer muito melhor e a sua competência parece estar longe do desejável, sendo claro que não está à altura do cargo.

Mas se tivermos de encontrar um culpado pela situação a que chegou a autarquia, mesmo considerando o que a atual autarca fez ao longo destes dois anos, esse culpado é o eng. Soromenho. Apenas lamentamos que os dirigentes do PSD permitam que esse senhor continue a ter responsabilidades ao nível distrital.