CAMPANHAS RICAS NUM CONCELHO FALIDO



Será normal que num concelho cujo município foi arruinado se tenha gasto tanto dinheiro numa campanha eleitoral?

Foi isso que sucedeu na campanha de 2017 onde foi claro que mais do que um candidato poderá ter gasto muito mais do que os recursos disponibilizados pelo respetivo partido. No caso da candidatura da “Agora é São” foram mais do que óbvios os sinais de fartura de dinheiro, tendo-se gasto muito acima do normal.

Vimos mega jantares no campo do Lusitano, assessores especializados que mais tarde declararam ter trabalhado pró Bono, chapéus, camisolas, carros alugados e toda uma parafernália de recursos de marketing raros de ver mesmo em campanhas para as legislativas. Compare-se a campanha da “agora é São” com as das últimas legislativas, em VRSA o PSD ficou-se por uma bica!

Os indícios de financiamento ilegal da campanha da São Cabrita são mais do que óbvios, mas a nossa justiça anda tão ocupada com bagatelas penais que parece não darem por fatos que a qualquer cidadão parece entrarem pelos olhos dentro e em VRSA isso é coisa que não tem faltado. Não se entende como uma CM falida leva os partidos mais “ricos” a gastarem tanto dinheiro, sendo óbvio que é dinheiro a mais para que resulte de donativos de meia dúzia de militantes.

Se partidos como o PCP e o BE não recebem donativos de empresários, fazendo campanhas que obviamente se ajustam aos recursos disponíveis, as suas despesas podem ser consideradas como uma referência do que pode ser considerado normal um partido poder gastar. Então, de onde veio o dinheiro para os outdoors, os chapéus, os consultores externos, as t-shirts, os mega jantares, os vídeos promocionais, as cadeiras de rodas oferecidas para a fotografia aparecer no Facebook do Romão e tudo mais?

Estas campanhas ricas que ninguém percebe muito bem como sã financiadas liam a que a democracia seja distorcida em favor dos que têm mais recursos e isso envolve um grande risco, que, afinal, os eleitores são conduzidos a votarem em quem alguns empresários apostaram.

Algumas campanhas e atividades partidárias apresentam sinais óbvios de financiamentos ilegais por parte de empresários que têm interesses mobiliários, turísticos u outros, cujos lucros podem aumentar em função das decisões camarárias. É para assegurar uma gestão honesta da coisa pública e para que a democracia não seja viciada e conspurcada por empresários sem escrúpulos que deve ser exercida uma forte vigilância sobre os recursos financeiros e apoios diretos ou indiretos por parte de empresários aos partidos.

É por isso que vamos prestar muita atenção à forma como os partidos gastam dinheiro ou são indiretamente apoiados por empresários. Se queremos um município gerido com honestidade teremos de começar por exigir honestidade na política e por isso devemos exercer uma vigilância apertada sobre o financiamento das atividades políticas e, em particular, partidárias. Porque como escreveu um imbecil e cacique da terra esta coisa dos dinheiros dos empresários merece uma exclamação: “UI!”


PS: esperemos que em 2021 não apreçam imagens miseráveis como a que o Luís Romão tão alegremente publicou no seu Facebook na última campanha.