QUEM REPRESENTAM?

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Será assim tão difícil a um deputado do nosso Parlamento fazer uma pequena intervenção de alguns segundos que sejam, para defender algo da maior importância ou região, seja a livre circulação na Via do Infante, a EN 125, o abandono do Baixo Guadiana à sua sorte ou o novo hospital de que o Algarve precisa? Sofrerão represálias, serão perseguidos dentro do partido, serão banidos das listas nas próximas eleições ou sofrerão penas disciplinares se ousarem defender os seus, os seus vizinhos e concidadãos ã cujo voto devem o lugar e que supostamente representam?

Quem é que a deputada do PS eleita pelo Algarve representa, os cidadãos da sua terra e da sua região ou contabilista ou o Graça de Faro? É uma pergunta que podemos à deputada nossa conterrânea, mas que podemos fazer a qualquer deputado ligado a um partido do poder ou a ele associado no quadro de uma qualquer aliança, seja ou não uma geringonça.

Nos partidos portugueses vigoram dois tipos de regras em matéria de disciplina de voto, uma regra publicamente assumida que é a famosa disciplina de voto e uma regra não escrita que é a subserviência e a sabujice, uma obediência cega aos chefes locais e regionais, de quem dependem. É por isso que nos debates do OE ouvimos horas de conversas sobre debates em torno da falsa intenção de baixar o IVA na eletricidade.

Os da oposição deram mais importância a um debate que promoveram com a única intenção de criar espetáculo, sabendo muito bem que nenhum arriscaria a baixar o IVA á custa de uma crise política. Os do partido do governo aproveitaram a oportunidade de transformar o debate oportuno num jogo de futebol cujo resultado estava combinado.

EM vez de discutirem os problemas do país, das regiões e dos cidadãos os partidos optaram por dar espetáculo, com os deputados do poder parecendo uma matilha de caniches e os da oposição armados em Circo Marinai. Nada neste debate orçamental teve que ver com a realidade, foi puro espetáculo para passar nas televisões. Daqui a uns tempos esquecem-se dos deputados que foram, dos títeres locais que são ou dos dirigentes partidários incompetentes que continuam a ser e promovem grandes debates sobre o futuro da democracia, sobre a abstenção e outros temas dignos de intelectuais democratas de primeira água.