Havia um Carnaval e deixou de haver, havia um repuxo e está
seco, havia higiene e agora há lixo por todo o lado, haviam jardins bem
cuidados e agora há canteiros regados pelo S. Pedro, haviam serviços
municipalizados da água e agora há dividas em água de mais de 20 milhões e
multas a torto e a direito pela empresa a que venderam o negócio, havia uma das
mais belas marginais do país em Monte Gordo e agora há um desastre paisagístico,
havia uma Rua Teófilo Braga impecável e agora há remendos.
Prometeram marginais grandiosas, encheram os bolsos à astróloga,
inventaram grandes unidades de cuidados continuados, prometeram residências
para estudantes em Faro e Lisboa, fizeram desenhos arquitetónicos e vídeos promocionais
muito bonitos, construirão um grande pavilhão multiusos e agora não temos nada,
temos apenas dívidas e a São Cabrita a fazer de conta que é presidente da CM e
o Luís Gomes a andar aí pelos cantos.
Este é um mais um Carnaval que só serve para os que têm
memória se recordem de como era antes deles, porque se alguém ainda não
percebeu o estado a que as coisas chegaram que consultam os programas. Enquanto
houve dinheiro para lhe pagar o Luís Gomes ainda cantou, mas agora que o
dinheiro está escasso é o Duo Reflexo. É Reflexo na festa de Monte Gordo, é Reflexo na passagem
do ano, é reflexo no Carnaval, é Reflexo de manha. De tarde e à noite.
Deram cabo do concelho, esbanjaram o dinheiro que havia,
deixaram o concelho numa miséria franciscana, mas não desistem. Enquanto houver
um tostão vão pagar ao Tiago e o Cigarrinho, vão continuar a empregar os construtores
falidos e os sindicalistas bandeados e vão enchera a autarquia de
hortifruticultores, ex-eclesiásticos e todos os que há muito vivem à custa do
nosso dinheiro.