O que sentirão a São e o Luís quando passam junto do
edifício da Alfândega, que recuperaram com dinheiros comunitários com o
compromisso de ali instalaram um Centro de Interpretação do Rio Guadiana e que
está fechado, aguardando que estejamos distraídos para o darem ao Grand House?
O que sentirá a São ao passar naquela espécie de jardim onde
gastou centenas de milhares de euros para deixar tudo pior do que estava?
Sentirá alguma coisa por ter mandado instalar as cadeiras de costas para o mar,
sabendo que uma das mais belas marginais do Algarve foi destruída por ela e
pelo Luís? Como se sentirá sabendo que debaixo daquelas colinas a lembrar uma
herdade alentejana estão toneladas de cimento que mandou enterrar sabendo que
se tratavam de construções ilegais que devia ter demolido e removido?
O que sentirá a São quando por estes dias de férias de Carnaval
se cruza com estudantes universitários, depois de lhes ter prometido uma
residência universitária em Faro e outra em Lisboa?
O que terá sentido a São quando mandaram os jovens pedir um
autocarro à Câmara Municipal de Castro Marim?
Como se sentirá a São ao contratar um engenheiro fruticultor
sabendo que a CM não é uma horta e que o município que ajudou a arruinar, vai
ter de manter um profissional de que não precisa até que ele se reforme? Como
se sentirá a São ao não contratar profissionais de que a autarquia carece para
contratar alguém de que não precisa, provavelmente por ser do seu partido e
muito provavelmente o vereador da CM de Castro Marim.
O que sentirá a preidente da autarquia ao ver um dos
deputados da sua bancada na AM, que é o seu irmão, avisando um idoso que fez
uma ligeira crítica à política cultural do concelho, que sabe onde ele mora?
Como se sentirão eles quando passam junto da Muralha onde
iria haver um grande hotel, ou junto do Lazareto que seria uma das ruas da nova
Dubai, ou junto do pavilhão multiúsos que faz de armazém, ou da casa do avô, ou
no local onde deveria existir uma moderna unidade de cuidados paliativos, para
referir apenas algumas das suas grandiosas obras?
Sentirão arrependimento, pelo que nos fizeram? Sentirão
vergonha pelas mentiras com que nos ludibriaram? Sentirão algum arrependimento
por nos terem arruinado? O que sentirá essa gente? Por aquilo que se vai vendo
parece que não sentem nada disso e ainda nos tentam impingir a ideia de que
fizeram e continuam a fazer uma grande coisa.