A PRIMEIRA QUALIDADE DE UM CANDIDATO AUTÁRQUICO




Na hora de desvalorizar candidatos incómodos é frequente vermos os “fracos” a apresentar os mais diversos argumentos para o conseguir. É porque não se tem cabelos brancos, é porque se é jovem, é porque alguém manipula a inexperiência, é porque não se tem um curso. Por oposição sugere-se alguém com uma idade supostamente aconselhável, normalmente dez anos acima da idade com que Obama foi presidente da maior potência mundial, uma pessoa que supostamente tem muita experiência, alguém escolhido por gente muito digna, etc.

Puro engano, para além de nem os cabelos branco, nem os currículos cheios de páginas da treta ou supostas competências que não estão certificadas são as primeiras qualidades a considerar num candidato. As grandes qualidades, a avaliar antes de se passar a outros critérios de avaliação, são qualidades pessoais e humanas e de entre todas a primeira qualidade a exigir é a honestidade.

Basta olhar para as decisões da nossa autarquia e para o seu modelo de gestão para se perceber que muito daquilo que salta aos olhos como criticável nunca teria ocorrido ou sido decidido por uma equipa onde a primeira qualidade da liderança fosse uma grande honestidade.

Alguém honesto teria pedido fundos comunitários para recuperar um edifício para nele instalar um “centro de interpretação do Rio Guadiana”, para depois o entregar a um qualquer empresário com 10.000€ de capital para aí instalar um bar com sala de charutos? Alguém honesto gastaria milhões atrás de milhões, com adjudicações diretas sempre para amigos do regime e sem fazer concursos a não ser quando a lei o obrigava coimo modelo único de compras?

Poderíamos dar dezenas de exemplos e mostrar como bastaria ser-se honesto para que muita coisa não tivesse sucedido muita coisa que conduziu o Município à ruína financeira. Quem decide com honestidade exclui desde logo muitas decisões e a verdade é que muito daquilo a que designamos por incompetência é bem pior do que isso.

Alguém honesto é leal com os seus amigos, com as pessoas que nele confiaram, com os seus cidadãos. Alguém honesto procura servir em vez de servir-se, ser isento, opta pelas soluções que se apresentam como as melhores, contrata os mais competentes e não gasta quando não é necessário. Não há competência sem honestidade, a competência resulta da combinação de diversos ingredientes e o primeiro deles é a honestidade, sem este alicerce tudo se desmorona.

Antes de escolher talvez o melhor seja excluir todos os que apresentem indícios de menos honestidade.