Se a SGU tinha nos seus quadros um engenheiro hortifruticultor
só Deus sabe onde é que a aquela empresa tinha uma horta para precisar de um
funcionário com tais qualificações. Por aquilo que se tem visto em matéria de
abandono dos poucos espaços verdes do concelho também não se consegue
descortinar onde é que o homem trabalhava.
Se bem nos recordamos, quando confrontada com o desastre dos
jardins a autarca justificou que só tinha um funcionário e certamente não era
este especialista especializado em legumes e frutas. Bem, inspirada nas
colinas alentejanas, talvez a autarca se tenha lembrado de semear trigo nas
colinas que instalou na marginal de Monte Gordo, resistem mais ao calor do que a relva que semeou.
Compreende-se que os quadros da SGU possam ser integrados na
CM, o que não se compreende e é difícil de aceitar é que só porque meteram
amigos na SGU, sem olhar a qualificações, a CM fique agora com agricultores e eclesiásticos,
quando se sabe que não é vocação da autarquia dar missas ou produzir nabos.
Aliás, só faz sentido internalizar as funções e com elas os
colaboradores das áreas que são matéria de competência de uma autarquia, não é porque a SGU tenha contratado um companheiro do PSD licenciado em engenharia espacial
que a São Cabrita vai transformar a Praça Marquês de Pombal numa espécie de
Cabo Canaveral, transformando o obelisco numa rampa de lançamento, para atirar
foguetes. Bem, a não ser que esteja a pensar já no próximo réveillon, já
imaginamos um foguete lançado ao som do Duo Reflexo, uma espécie de versão
local do afundamento dói Titanic.
O problema é que o tal hortofruticultor não faz falta nos
quadros da autarquia, mas vão ser os vila-realenses a pagarem-lhe o ordenado
até que se possa reformar. Isto é, levaram o Município à falência e agora vamos
ter de lhes pagar.