A imagem mostra o traçado do chamado “Corredor Ferroviário
do Mediterrâneo, uma das redes multimodais aprovadas em Bruxelas em 2010, no quadro
do rede de corredores multimodais. Dez
anos depois o governo acordou e aqui d´El Rei que ficámos de fora. Durante esta
década ninguém reparou nem no estado em que estavam as ferrovias do Algarve,
nem na marginalização.
Curiosamente, aqui para os lados do nosso município, onde se
organizaram manifestações por causa doa EN125, gastando-se o pouco dinheiro de
que se dispunha em marketing oportunista, nada se disse nem sobre as condições
das nossas ferrovias, nem sobre a marginalização do Algarve pelo Corredor
Ferroviário do Mediterrâneo.
Poder-se-á dizer que o município nada podia fazer por
se tratar de um assunto tratado em
Bruxelas, mas isso não é verdade, o Município poderia ter-se manifestado e
protestado junto dos governos e da Comissão Europeia contra este absurdo
ridículo. É bom lembrar que o eng. Soromenho tinha lugar no Comité das Regiões
e aí poderia ter-se manifestado.
Mas para que serve afinal a Eurocidade? Pelo que se vê serve para que o vice-presidente
da CM pratique algum turismo institucional e pouco mais. Porque se Portugal
ignorou este projeto, a verdade é que a Espanha teve o “cuidado” e fazer com que
a linha terminasse o mais longe possível da fronteira, fazendo com que o
corredor terminasse em Sevilha. Isto é, mesmo que o Governo modernize a linha
do Algarve ainda ficamos a mais de 100 km do início do corredor!
A mesma CM que viu nuns buracos no alcatrão da EN125 uma
oportunidade para esconder as suas misérias, no que teve o apoio de alguns
candidatos a notáveis cá da praça, ignora os grandes projetos estruturantes dos
quais depende o desenvolvimento da região. Gasta-se dinheiro com outdoors numa
campanha suja na EN125, gasta-se dinheiro com o turismo institucional do vice-presidente,
mas nada se faz na hora de abordar projetos que poderiam promover o
desenvolvimento da região.