Hoje é cada vez mais normal vender nomes de estádios, de edifícios ou de pavilhões a marcas. A avidez do mercado publicitário e as verbas envolvidas leva a que estejam em causa elevados montantes a que nem sempre se resiste, por isso é cada vez mais raro encontrar uma equipa de futebol ou de qualquer desporto de massas que não venda o espaço dos equipamentos para publicidade.
Também é normal que as empresas familiares transportem os nomes da família que as criou, mesmo quando os seus primeiros donos já desapareceram e os seus descendentes venderam as suas quotas. É possível encontrar grandes marcas que correspondem a nomes de famílias. Também não é raro que empresas locais usem os nomes das terras onde nascera ou empresas municipais que sejam propriedade de vários municípios transportem o nome desses municípios.
Mas nem todas as instituições devem ter o nome à venda, não sendo aceitável que um município lance uma “OPA” sobre o nome de uma instituição centenária do município vizinho, só porque esta cumpre uma obrigação humanitária há décadas e desde há uns anos esse município compensa esse serviço financeiramente. É o que está sucedendo com os BV de Vila Real de Santo António, que há quem defenda que a troco de “gorjetas” passem a ser BV de VRSA e de Castro Marim, isso se algum autarca mais espertalhão não se lembrar de sugerir que os concelhos sejam enumerados por ordem alfabética.
Uma instituição centenária como uma corporação de bombeiros é algo mais do que uma empresa municipal, é o resultado do trabalho voluntarioso de muitas gerações de gente que se dedicou ao serviço humanitário, sem receber nada em troca dessa dedicação. Há algo de contraditório quando os autarcas de Castro Marim a troco de um contributo financeiro que dão por ser seu dever, ousem querer como contrapartida a mudança do nome da nossa corporação de bombeiros.