O ABANDONO INTOLERÁVEL E INCOMPREENSÍVEL



As instituições que servem desinteressadamente a comunidade, sobretudo aquelas que lhe dão forma e que se prestigiam todos os dias pela qualidade da sua intervenção, aquelas de que dependemos quando estamos fragilizados pela doença ou pela idade ou, ainda, como consequência de um infeliz acidente ou por uma qualquer catástrofe natural, não podem ser abandonadas à sua sorte.

E não podem simplesmente por que todos nós precisamos deles, são eles a quem em momentos de grande aflição pedimos ajuda e, ela jamais foi ou será negada, mesmo com sacrifício pessoal de quem presta essa ajuda!

Abandonar essas instituições é não só incompreensível, como também intolerável!

Quem abandona, quem decide abandonar, quem decide canalizar recursos para outros fins tantas vezes míseros de importância, no mínimo, é insensível e tem a noção das prioridades algo desajustada.
  
A partir do 2º ano do primeiro mandato do presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, o subsídio camarário anual aos bombeiros de VRSA foi actualizado para 169.000 euros.

Em 2011 é criada a taxa de Protecção Civil que passa a ser cobrada através da factura mensal da água emitida pela SGU, ou seja, por cada contador em que efectivamente seja paga a factura, é cobrado um euro a título de taxa de Protecção Civil.

De cada um desses euros cobrados, setenta e seis cêntimos são supostamente canalizados para os bombeiros, o remanescente fica na câmara para ser por ela gerido e canalizado para a Protecção Civil.

Dizemos supostamente, uma vez que a verba recebida pelos Bombeiros não é acompanhada de qualquer nota explicativa.

A criação da Taxa de Protecção Civil implicou a extinção do pagamento do subsídio anual, libertando a câmara municipal dessa despesa, transferindo-a para a comunidade.

Portanto, a verba que entra nos Bombeiros não é paga pela câmara, é paga pelos consumidores de água.

Por outro lado, há três anos atrás, na sequência de protocolo assinado entre três diferentes entidades: a ANPC – Autoridade Nacional de Protecção Civil, a câmara municipal e os Bombeiros VRSA, foi criada uma nova estrutura composta por 5 profissionais chamada de Equipa de Intervenção Permanente, cuja missão engloba todo o serviço de emergência/fogos, como por exemplo, o desencarceramento e socorro.

Do protocolo acima referido resulta o compromisso de os salários desses 5 profissionais serem pagos pela ANPC e pela câmara municipal de Vila Real de Santo António, em partes iguais.

Três anos volvidos, apesar da ininterrupta operacionalidade da equipa em benefício de todos nós, a única entidade que ainda não terá honrado esse compromisso será a câmara municipal de Vila Real de Santo António.

O sufoco financeiro vivido pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António, a ausência de apoio por parte de quem devia ser o primeiro a apoiar, a sua necessidade de sobrevivência enquanto instituição, está a obrigar os nossos Bombeiros a enveredar e a aceitar um caminho que levará à sua descaracterização enquanto exclusivo património representativo da nossa terra.

Urge defender e apoiar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António, os nossos Bombeiros!

Que anda a fazer a câmara municipal de Vila Real de Santo António?