Sugestão de tema parlamentar para o Carlos Barros
O arquiteto das paisagens
botico-vilarealense, que numa triste hora o Luís Gomes promoveu a deputado do
Algarve, tem andado num verdadeiro
frenesim parlamentar, tentando mostrar serviço aos algarvios. Compreende-se o
esforço, depois de uma legislatura apagada, em que foi ultrapassado pelo
dinamismo do seu colega de bancada Cristóvão Norte, o botiquense precisa de
mostrar alguma coisinha se não quiser voltar a trabalhar com régua e esquadro.
Sabendo que muitos programas financiados
pela União europeia visam promover a coesão económica e social e, por isso, a
sua aplicação está condicionado ao rendimento médio das regiões, o nosso
espertalhão aproveita-se do fato de o Algarve apresentar um rendimento acima da
média europeia, o que o exclui de alguns programas da UE, para pegar na
bandeira da discriminação do distrito. Como muito destes programas são
cofinanciados as verbas suportadas pelo Estado português estão previstas no OE,
que está em discussão, o nosso distinto representante não se cansa de mostrar
serviço fácil e politicamente oportunista, descobrindo programas que nãos e
aplicam no Algarve.
É uma pena, esta "chico
espertice" revela pouca consideração intelectual pelos seus concidadãos,
já que se aproveita de uma discriminação legítima para se armar em incendiário político
da região. Se o ilustre deputado quisesse promover um debate sério talvez
pudesse sugerir que não havendo mecanismos de redistribuição da riqueza e do
desenvolvimento a um nível regional, há um risco de agravamento das assimetrias
dentro das regiões.
O Algarve tem um rendimento médio elevado,
mas o rendimento médio do concelho de Faro poderá ser muito superior ao de VRSA
e o do nosso concelho é certamente muito superior ao de Alcoutim. É muito
provável que o rendimento médio do concelho de VRSA esteja abaixo da média
europeia, o que certamente sucede com Alcoutim. O fato de o Algarve estar excluído
representa um prejuízo para os concelhos mais pobres da região.
Mas será que o deputado quer ir por aqui?
É óbvio que não, isso implicaria estudar o
rendimento o concelho e ver como tem evoluído e isso poderia levar a uma
conclusão que nos parece óbvia, que VRSA está mais pobre desde que este senhor
assentou praça na autarquia e que as consequência da gestão da equipa de que
faz e continua a fazer parte são muito mais nefastas do que as consequências
dos critérios do programas comunitários. O que o ilustre deputado tenta com
esta agitação é iludir as suas responsabilidades no concelho que ajudou a
arruinar.
O que fez o deputado em VRSA nos domínios
em que agora critica o Governo por estar obrigado a seguir as regras da UE na
aplicação de programas comunitários?
Não só não fez como ajudou a destruir e como se isso não bastasse ajudou a arruinar
o concelho, comprometendo o seu futuro.