UMA INSTITUIÇÃO HUMANITÁRIA CENTENÁRIA ABANDONADA PELO PODER



Imagem Google (Casimiro Fernandes)

Gerir implica decidir. Este requisito é uma obrigatoriedade incontornável para qualquer gestor. Não por acaso muitas vezes são chamados de decisores. As circunstâncias do desenvolvimento de qualquer atividade, seja ela de âmbito privado ou público, implica que assim se processe. Decide-se todos os dias, a toda a hora.

Quem escolhe aqueles que vão decidir em nome de todos, tem a expectativa de que os escolhidos para essa tão importante tarefa o façam de acordo com o programa que apresentaram, assim como que o façam com critérios que envolvam princípios de equidade, honestidade, bom senso, prudência, transparência, verdade, defesa dos interesses coletivos, competência.

O que atrás foi aludido pode ainda ser reforçado com a referência a outros critérios, como sejam o respeito e o cumprimento integral dos compromissos assumidos.

Por outro lado, existem instituições absolutamente necessárias e respeitáveis, tal como a dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António, que ganharam esse estatuto por desenvolverem a sua atividade com total desprendimento ao longo de dezenas e dezenas de anos. Quem serviu e serve a instituição fá-lo orgulhosamente envolvido por esse espírito.

Fizeram-no e fazem-no ostentando bandeiras como a do voluntariado e a do sacrifício abnegado ao serviço da humanidade. Vila Real de Santo António muito lhes deve. Gerações e gerações de Vila-Realenses passaram esse testemunho a outras gerações mais novas e, fizeram desta organização uma instituição centenária merecedora de toda a atenção e carinho de todos nós, sobretudo das autoridades municipais que nos representam, para que possa prosseguir com a sua atividade sem sobressaltos.

Assim devia ser, esperava-se que fosse, porém, diz-se não ser assim!

Como se compreende que uma instituição centenária que tanto orgulha e prestigia Vila Real de Santo António e os Vila-Realenses, por falta de apoios da câmara municipal de Vila Real de Santo António, para não fechar as suas portas, para continuar a servir a população, tenha de aceitar as condições impostas por terceiras entidades, pois, caso contrário os subsídios que lhes permitem sobreviver a muito custo, cessam?

Qual a razão objetiva para que a câmara municipal de Vila Real de Santo António permita ser secundarizada no processo e não preste o auxílio de que os nossos Bombeiros tanto carecem?

Como se compreende a contratação de tantos avençados de utilidade duvidosa para a estrutura municipal, só entendível à luz de fidelidades e simpatias políticas, e não haver recursos financeiros para auxiliar quem nos auxilia e quem por nós tanto faz?

Porque razão para a nossa autarquia o rendimento dos avençados ou do advogado vice-presidente do PSD são de maior importância do que a segurança das populações e a dignidade das nossas melhores instituições?

Terá algum fundamento o rumor de que esse auxílio financeiro tão necessário só seria viabilizado se os Bombeiros de Vila Real de Santo António aceitassem a presença de um elemento da confiança política da câmara municipal na estrutura da Instituição?