É URGENTE APOIAR OS PESCADORES DE MONTE GORDO



Desconhecemos a razão que levou o grande especialista em frentes ribeirinhas e a sua zelosa ajudante a desprezar a zona dos pescadores, o certo é que  há duas prais em Monte Gordo, ao dos restaurantes ricos e a dos pescadores pobres, que parece terem levado com a fava deste grande bolo-rei, a última e única obra de um regime que deixou o concelho à míngua.

Não se entende porque razão os pescadores da Praia de Monte Gordo tenham sido esquecidos durante mais de uma década, ao ponto das suas instalações de apoio estarem à beira da ruína. Depois de tanto apoio social, de tanto dinheiro investido na integração de algumas comunidades não originárias do concelho, de tanta festa e festarola, os pescadores ficaram esquecidos.

Compare-se, por exemplo, o que se gastou com o bar da astróloga na Manta Rota com o que se investiu no bar dos pescadores. Durante mais ude uma década nada se fez em relação a um grupo social historicamente pobre e se não fossem as obras feitas pelos que antecederam os senhores de hoje, os pescadores ainda viveriam nas barracas do Sertão e não teriam de empurrar os barcos com a força dos braços.

Aquilo a que assistimos em Monte Gordo mostra bem a forma de estar de certos políticos locais que descobriram que é mais barato pagar mínis a troco de votos, do que enfrentar um problema que tem tanto tempo que já não se percebe todo o desprezo. Apoio à beira da queda, um bar que destoa de tudo o resto, e um trator que está sempre avariado, enquanto o Mercedes da autarca leva sucessivas reparações de luxo, a última das quais custou 16.000€.

É tempo de a autarquia deixar de desprezar e marginalizar os pescadores de Monte Gordo que têm direito a apoios para que ultrapassem de vez a pobreza. Esta é a população do concelho que depende mais das políticas camarárias para superar a pobreza endémica, mas é a mais desprezada, apesar de na hora das eleições nunca ficarem esquecidos.