Uma autarquia ou mesmo uma empresa municipal não é a mercearia
do presidente ou a tasca da coxa é Estado, é administração pública, é paga com
os impostos dos contribuintes e por isso obedece a regras rigorosas quer na
gestão dos recursos humanos, quer na gestão dos recursos financeiros.
A autonomia de que beneficiam as autarquias fiscais, quer na
gestão financeira, quer na gestão dos recursos humanos não pode, nem deve
servir para instituir um Estado de bandalhice, para que um autarca gaste o
dinheiro dos contribuintes como se fosse um saco azul que lhe foi posto à disposição.
Os funcionários da autarquia não são serviçais nem tropas de choque dos
autarcas, são funcionários do Estado, estão ao serviço do Estado e do concelho.
Tem-se falado muito da bandalhice financeira que levou à ruína
total do concelho, com uma câmara sem recursos para executar as suas mais
elementares obrigações. Endividaram-se muito para além dos limites, esconderam
dívidas para continuarem a financiar a bandalhice com mais dívida já depois desta
ser insustentável. Já no que se refere ao que se passa com os recursos humanos fala-se
menos.
Chegam-nos cada vez mais mensagens denunciando um estado de
bandalhice ao nível do comportamento de certas personagens, dizem-nos que um
dos mais influentes dirigentes do PSD local e empresário no passadiço é funcionário
da autarquia mas que por lá ninguém o vê, contam-nos que um outro avençado é
relações públicas numa discoteca, que um tal Nelsinho há muito que não é visto.
Enquanto um cidadão comum tem dificuldades, cumpre
rigorosamente os horários e dá o litro para que as empresas tirem partido dos
meses de verão, parece que há uns senhores que se abastecem de dinheiro0s
públicos e tiram partido do clima duplicando os rendimentos com negócios de
verão.
Mas quando é preciso lavar um pelourinho porque está imundo
e isso foi denunciado no Largo da Forca a autarquia não tem ninguém para
assegurar o mínimo de higiene e a funcionária da limpeza da sede da autarquia é
forçada a substituir os serviços municipalizados. Isto é, gastaram o dinheiro
com avençados que anda a fazer pela vida em restaurantes e discotecas e não há
dinheiro para tarefas básicas como a higiene pública.
Isto não é administração pública, é a tasca da coxa!