O OUTRO LADO DO LARGO DA FORCA




Quando criámos o Largo da Forca nunca esperámos assistir ao sucesso que teve e à mobilização que desencadeou, tornando-se numa referência intransponível da vida política e social da terra. A nossa intenção era denunciar os abusos, a prepotência, a repressão ativa, o oportunismo e outros fenómenos que quase se transformaram em normalidade, ao ponto de terem levado o concelho a um estado de ruína.

Mas, se não esperávamos o sucesso que tem tido no plano político, fomos quase surpreendidos pela sua transformação numa espécie de provedor dos vila-realenses. Aqui chegam-nos pedidos de apoio, denúncias de abusos ou de incompetência, desabafos pessoais, apoio técnico nos mais diversos domínios.

Nunca recorremos a pedidos de informação, mas a verdade é que somos uma das fontes mais bem informadas sobre o que se passa na terra. Sabemos de denuncias de abusos, de situações de assédio sexual, de violência sobre crianças, de incompetência. As informações chegam-nos de cidadãos da terra que sentem a necessidade de desabafar e até mesmo de respirar, chega-nos das instituições da autarquia, de empresas, de outras instituições locais. Isso torna-nos conhecedores de muita coisa. Temos conhecido uma terra bem menos "espectacular" do que a que alguns nos tentaram impingir.

Esta relação com os vila-realenses foi conquistada ao longo de um ano de confiança conquistada com rigor, competência e lealdade, os vila-realenses já conhecem os nossos valores éticos, sabem que não somos como eles ou como alguns dos seus apoiantes ou dos oportunistas que lucraram à custa do dinheiro de todos.

É por isso que os vila-realenses merecem uma palavra de gratidão pela confiança que têm depositado no LdF e de esperança porque estamos convencidos de que este regime que nos destruiu o concelho já morreu e só falta fazer-lhe o funeral. Até diríamos que por aquilo que vemos até vai ter direito a missa cantada, pode ser que algum radialista bem-sucedido se ofereça para pagar ao cantor.